Portugal adere a campanha de higiene das mãos para evitar infecções hospitalares

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Actualmente a ser vigiadas as infecções nos cuidados intensivos, no bloco cirúrgico, nos cuidados de saúde neonatais e nos serviços de diálise Pedro Valdez (arquivo)

Portugal vai aderir hoje a uma campanha de higiene das mãos nos hospitais promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com vista a prevenir infecções entre os doentes e os profissionais do sector. A cerimónia da adesão de Portugal à campanha da OMS realiza-se em Lisboa. A assinatura da adesão formal será feita pela ministra da Saúde, Ana Jorge.

A falta de lavatórios suficientes para uma higiene das mãos eficaz (com água e sabão ou solução anti-séptica) dificulta o combate às infecções hospitalares, que afectam oito em cada cem doentes portugueses. Para combater o problema, médicos e enfermeiros vão passar a utilizar bolsas anti-sépticas.

De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde (PNCI), Cristina Costa, a adesão de Portugal à campanha irá permitir que os profissionais recebam uma formação padronizada.

Os últimos dados sobre a prevalência de infecções em meio hospitalar indicam que 8,4 em cada cem doentes portugueses desenvolvem uma infecção associada aos cuidados de saúde, segundo a coordenadora do PNCI.

Cristina Costa, médica de saúde pública e chefe de divisão da segurança clínica da Direcção-Geral da Saúde (DGS), adiantou que estão actualmente a ser vigiadas as infecções nos cuidados intensivos, no bloco cirúrgico, nos cuidados de saúde neonatais e nos serviços de diálise. Apesar de já existir uma rede que reúne e trata esta informação, a mesma deverá em breve ser "melhorada" e, principalmente, "de mais fácil acesso", disse.

Para Cristina Costa, um quarto das infecções chega aos hospitais através dos doentes. As restantes atingem os pacientes através dos equipamentos, nomeadamente os invasivos, os mais utilizados nos casos mais complicados. A médica considera que existem meios de minimizar este problema e alguns até "bastante fáceis e simples" como lavar as mãos. "A higiene das mãos é uma medida muito simples, embora às vezes esquecida", disse.

O último inquérito nacional de prevalência da infecção adquirida em meio hospitalar revelou que 30 a 40 por cento das infecções provocadas por agentes resistentes são resultado da colonização e infecção cruzada, tendo como veículo principal as mãos dos profissionais de saúde.

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