Nelson Évora recebe hoje ouro no "Ninho de Pássaro"

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Nelson Évora festeja a vitória depois de ter ganho o triplo salto David Gray/Reuters

É um feito que não acontecia há 12 anos: um português conquistou uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. Quando forem cerca de 13h00 em Lisboa, Nelson Évora vai subiu ao lugar mais alto do pódio do estádio "Ninho de Pássaro" para ser coroado com a medalha de ouro no triplo salto. Mais um momento de emoção quando a bandeira portuguesa for hasteada e soar o hino nacional.

O recordista nacional do triplo salto, Nelson Évora, 24 anos de idade, conquistou a medalha de ouro na final disputada em Pequim, com a marca de 17,67m, a sua melhor marca do ano, conseguida ao quarto ensaio.

É a primeira medalha de ouro para Portugal nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, a primeira numa disciplina técnica do atletismo e a quarta conquistada em Jogos Olímpicos da Era Moderna, depois dos triunfos de Carlos Lopes (maratona, Los Angeles 1984), Rosa Mota (maratona, Seul 1988) e de Fernanda Ribeiro (10.000m, Atlanta 1996)

O triplista português fez um concurso impecável e sem falhas, com excepção do nulo ao terceiro ensaio. Nessa altura, o atleta português caiu para terceiro lugar, atrás do britânico Phillips Idowu e de Leevan Sands, primeiro e segundo, respectivamente.

Dos doze finalistas, os últimos quatro classificados foram então eliminados, e os restantes oito passaram à segunda volta, com direito a três saltos cada um.

Ao quarto salto, Nelson Évora voou dentro do estádio "Ninho de Pássaro", com um ensaio de 17,67m. O português, campeão do mundo em Osaca, Japão, em 2007, ainda não o sabia, mas tinha acabado de voar para a medalha de ouro olímpica.

Perspectivavam-se duas voltas de sofrimento para o português que entrou na quinta volta novamente à frente, com uma vantagem de cinco centímetros em relação ao seu mais directo perseguidor que continuava a ser o britânico Idowu, com Sands, das Bahamas, em terceiro (com 17,59m).

Ao quinto ensaio, Nelson fez 17,24m. Sands faz melhor (17,32m), Idowu não, e dessa forma, o português, nascido na Costa do Marfim e filho de pais cabo-verdianos, foi para a última volta em primeiro lugar. Essa posição dava-lhe a possibilidade de ser o último a saltar no derradeiro ensaio, o que fez, com o seu salto mais fraco da final (16,52m), mas já virtual campeão olímpico, porque a concorrência não o conseguiu ultrapassar: Idowu fez nulo, e Sands saltou curto.

O sexto e último salto de Nelson já não contava para nada. O que interessava era festejar a medalha de ouro, o que o atleta fez, de lágrimas nos olhos e agarrado ao seu treinador, João Ganço.

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