Estação de tratamento de efluentes suinícolas de Leiria deve arrancar no fim do ano

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O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, tinha alertado hoje que o Governo não ficaria à espera Nuno Ferreira Santos (arquivo)

O presidente da Recilis, entidade que vai construir a estação de tratamento de efluentes suinícolas de Leiria, rejeitou hoje responsabilidades no atraso da sua construção, que deverá começar no final do ano ou início de 2009. "Há atrasos neste processo que não podem ser assacados à Recilis, que não é a Administração Central e não tem a faculdade de decidir o momento em que pode avançar", disse David Neves, reagindo às declarações do secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.

O governante reuniu-se com oito autarcas de cinco freguesias do Concelho de Leiria para discutir o problema das descargas de efluentes das suiniculturas no Vale do Lis, tendo afirmado haver um "atraso incompreensível" na construção da estação de tratamento. Avisou ainda que o Governo não vai continuar "passivamente à espera".

Em resposta, o presidente da Recilis lembrou que, "a 6 de Janeiro de 2006, foi anunciada a solução técnica e o consórcio vencedor para a resolução" do problema dos efluentes produzidos pelas suiniculturas da região de Leiria. Desde então, "há toda uma quantidade de procedimentos burocráticos impostos pela Administração Central", esclareceu David Neves.

"Não podemos, por nossa iniciativa, avançar com a obra, pois há a necessidade de cumprir todos os formalismos que a lei determina", referiu o responsável, sublinhando que "é a Administração Central que tem a faculdade de acelerar esses processos". David Neves explicou que neste momento a Recilis "está a dar resposta às questões suscitadas" na declaração de impacte ambiental, processo que estará concluído "no mês de Setembro". "A estação de tratamento de efluentes suinícolas vai arrancar no final do ano ou no princípio de Janeiro de 2009", assegurou.

Quanto às críticas de excesso de efluentes suinícolas nos terrenos do Vale do Lis, o presidente da Recilis garantiu que o espalhamento "é feito de acordo com a licença emitida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro". David Neves adiantou que "sempre que a Recilis é alertada para algum procedimento irregular, tenta minimizar a situação anómala".

A estação de tratamento vai ficar instalada na Freguesia de Amor, Concelho de Leiria, e a sua conclusão está prevista para "final de 2009 ou início de 2010". O projecto envolve um custo total superior a 30 milhões de euros e pretende resolver o problema de mais de 70 por cento da carga poluente do Rio Lis. No total, a Recilis estima em 270 mil o número de porcos na região, que produzem efluentes equivalentes a mais de um milhão de pessoas, recordando que o sector movimenta localmente por ano 600 milhões de euros e suporta dois mil postos de trabalho.

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