Cinemateca celebra 80 anos de Eunice Muñoz

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Eunice Muñoz é considerada uma das maiores actrizes portuguesas DR

A Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema vai apresentar uma sessão especial, quinta-feira, em homenagem a Eunice Muñoz pelo seu 80º aniversário. A actriz estará presente no arranque do ciclo de filmes.

“Matar Saudades”, de Fernando Lopes, com Rogério Samora, Teresa Madruga, Pedro Éfe e Eunice Muñoz, foi a primeira longa-metragem programada. O filme pode ser visto às 19h00 na sala Dr. Félix Ribeiro, dia 31 de Julho.

A Cinemateca lembra a obra de Eunice Muñoz no cinema com alguns títulos significativos do seu trabalho. Em seis sessões, poderão ser vistos trabalhos da actriz quer nos anos 40, sob a direcção de Leitão de Barros, Henrique Campos e Caetano Bonucci, quer nos anos 80, conduzida por Fernando Lopes e João Botelho.

Eunice Muñoz, nascida a 30 de Julho de 1928, é considerada uma das maiores actrizes portuguesas. O seu percurso passou, em grande parte, pelo teatro e pelo cinema.

Estreou-se nos palcos em criança, no Ribatejo, onde vivia. Mais tarde mudou-se para Lisboa e conseguiu um papel em “Vendaval”, de Virgínia Vitorina, aos 13 anos. Aos 15, representou Maria em Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, sendo o papel da sua revelação. Iniciou-se no cinema em 1946, com “Camões”, onde interpretou Beatriz da Silva, o principal papel feminino.

A actriz continuou no cinema, interpretando papéis dramáticos (“Um Homem do Ribatejo” e “Ribatejo”, de Henrique Campos, “Não há Rapazes Maus”, de Garcia Maroto, “A Morgadinha dos Canaviais”, de Caetano Bonucci) e cómicos (“Os Vizinhos do Rés-do-Chão”, de Alejandro Perla).

Em 1955 voltou ao teatro para representar Joana d’Arc numa peça que, pelo êxito da sua representação, lhe valeu vários prémios. Desde então o seu repertório teatral consagra grandes clássicos que lhe proporcionaram um reconhecimento generalizado. Em 1986, como protagonista de “Mãe Coragem”, Eunice Muñoz conheceu um grande êxito.

Nos anos 1960, regressou ao cinema com Manuel de Guimarães em “O Trigo e o Joio” a partir do romance homónimo de Fernando Namora (1965), ficando afastada das câmaras por algum tempo.

Em 1980, de volta ao cinema, actuou em “Manhã Submersa”, sob a direcção de Lauro António. Três anos depois representou em “Lisboa, Capital Cultural”, sob a direcção de Manoel de Oliveira. Em 1986, dirigida por José Nascimento, interpretou “Repórter X”; em 1987, conduzida por Fernando Lopes, entrou em “Matar Saudades” e, em 1988, actuou em “Tempos Difíceis”, de João Botelho.

Nos anos 1990, protagonizou “A Banqueira do Povo”, uma telenovela portuguesa que lhe trouxe ainda mais popularidade. Desde então Eunice Muñoz tornou-se presença regular na ficção portuguesa televisiva, embora continue a fazer cinema e teatro.

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