O Cavaleiro das Trevas

A primeira sequência não parece uma sequência de um filme de super-heróis, há ali algo do "thriller" angustiado dos 70s - mais tarde há mesmo uma sequência de perseguição que nos reenvia para "Os Incorruptíveis contra a Droga" de William Friedkin.

Isto serve para mostrar logo que Chris Nolan querafastar Batman da iconografia habitual - menos fumos nas ruas, o menos possível do Homem Morcego nas alturas das esquinas dos arranha-céus, mais luz do dia, etc. Como se quisesse ancorar a "franchise" no realismo urbano e tirá-la da fantasia gótica.

Esforça-se, e é o melhor que pode dizer do filme: é esforçado - realce-se o risco: fazer de Christian Bale presença secundária. Mas é isso também o pior de "Cavaleiro das Trevas": o esforço.

Na verdade o realizador não consegue roubar o filme a um território e colocá-lo noutro (para isso muitas personagens teriam que desaparecer, a intolerância emrelação a cedências teria que ser zero).

Deu trabalho, ficou a meio caminho. E tanto esforço, em mais de duas horas de filme, cansa.

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