Ballack: derrota com Áustria coloca em causa trabalho dos últimos anos
Se perder, é a Áustria que segue em frente. E um empate pode mesmo abrir as portas da fase seguinte da prova aos polacos que, mesmo assim, têm de vencer a Croácia, a selecção que já garantiu o primeiro lugar neste Grupo B.
"Espero uma reacção e uma vitória", referiu o médio, confirmando que após a derrota com a Croácia houve uma reunião entre os jogadores "para limpar o ambiente". Ballack considera que não se tratou de um "gabinete de crise", apesar da ausência do seleccionador Joachim Löw. "Podemos falar sem que ele esteja presente. É normal. Discutimos a nossa atitude e o nosso rendimento. No futebol nem tudo é harmonia", referiu antes de viajar para Viena, onde vai decorrer este jogo entre vizinhos.
O médio disse ainda que uma eventual derrota deitaria por terra o trabalho de vários anos. "Tudo o que fizemos nos últimos quatro anos será colocado em causa. Cada um tem de melhorar. Temos de dar tudo, sem importar quem vai jogar. Temos de utilizar a nossa qualidade. Se fizermos isso, vamos ganhar", garante. E que dificuldades espera enfrentar? "Estamos à espera de defrontar uma equipa que não tem nada a perder e que está determinada em deixar tudo em campo, tanto mais que estará a jogar em casa. Como é lógico, gostaríamos de chegar a este último jogo com a presença nos quartos-de-final já assegurada. Agora vamos ser obrigados a dar o máximo", concluiu.
O seleccionador alemão, por seu lado, considerou que a conversa dos atletas foi positiva e vai permitir outra atitude da equipa. "Vamos impor-nos ao nosso adversário. Conseguimos perceber o que aconteceu frente à Croácia, as razões são óbvias, mas isso está ultrapassado. A conversa dos jogadores foi boa, é melhor do que andarmos a apontar o dedo uns aos outros", rematou Joachim Löw.
O técnico austríaco, Josef Hickersberger, por seu lado, acredita moderadamente no apuramento. "Será mesmo o maior jogo da Áustria se vencermos. Percentagem de sucesso? Deve andar por volta dos 40 por cento para nós. Não é mau", referiu bem disposto, adiantando que os seus jogadores não estão com medo da Alemanha. "Quando o Hanik disse que os alemães tinham medo de jogar contra a Áustria, não gostei e fui falar com ele, dizer-lhe que seria melhor ter esperado pelo final do jogo. Mas garanto que não estamos a molhar as calças por causa da Alemanha. Aliás, a Alemanha nem jogou assim tão bem, não está ao mesmo nível que esteve no Mundial de 2006", concluiu.
Os atletas, apesar das dificuldades, acreditam que é possível vencer a Alemanha. René Aufhaser, o jogador mais experiente da Áustria, considera que um dos pontos fundamentais passará por conseguirem anular a acção de Michael Ballack. "Ele é importante para a Alemanha, o jogador central na estratégia. Mas não podemos estar a mudar o nosso jogo em função do Ballack, temos de nos concentrar nas nossas forças", avisou.