Principal conselheiro militar da ONU no Kosovo critica União Europeia
“Não digo que o fez deliberadamente, mas para servir os interesses de alguns países da União Europeia, dos grandes da União Europeia, que têm aqui interesses estratégicos nacionais, está a estragar-se muita coisa positiva, com o peacekeeping, que vai levando a muitos povos do mundo paz e segurança”, adiantou Raul Cunha.
O major-general português acusou também a UE de estar a fragilizar as Nações Unidas não só no Kosovo mas em todo o mundo pela forma como está a entrar naquele território, que recentemente se tornou independente.
Raul Cunha mostrou total desacordo com o investimento europeu de quatro mil milhões de euros na missão Eulex, denunciando que “dos quatro mil milhões de euros houve logo 3,250 mil milhões que voltaram à base. Ou seja, a União Europeia paga como um todo, mas há dois ou três países que estão aqui a ter lucro”.
Segundo o major-general, a minoria sérvia no Kosovo pode nunca aceitar a presença europeia no território. "Se calhar só pela força é que vão aceitar uma situação destas", concluiu o responsável militar, que entende que os erros que se estão a cometer no Kosovo podem levar à existência de mais desequilíbrios nos Balcãs.