Paris: Manifestações pró-Tibete obrigam chama olímpica a apagar-se
O incidente ocorreu na segunda paragem da tocha, a cerca de 200 metros da Torre Eiffel, num momento em que as autoridades afrouxaram o dispositivo de segurança. Vários militantes ecologistas e alguns elementos dos Repórteres Sem Fronteiras tentaram travar o percurso da chama, o que obrigou as autoridades a apagá-la e a colocá-la dentro de um autocarro.
"A tocha teve que ser apagada por causa de um problema técnico", indicou um polícia citado pela Reuters.
Um membro do Partido dos Verdes francês também foi impedido pela polícia, hoje cedo, de agarrar a tocha quando esta era transportada pelo atleta Stéphane Diagana.
Estima-se que possam ter estado envolvidas nas manifestações pró-Tibete e contra os Jogos de Pequim pelo menos 500 pessoas, a maioria das quais junto à Torre Eiffel. Os manifestantes exibiam cartazes onde se podia ler: "Boicote aos bens chineses" e "Salvem o Tibete".
Pelo menos quatro pessoas foram detidas até ao momento.
Precisamente para evitar incidentes, as autoridades tinham mobilizado um dispositivo de segurança impressionante, com cerca de 3000 agentes e uma "cápsula de segurança" de 200 metros em redor da tocha e das 80 pessoas que a levariam pela cidade, durante os 28 quilómetros do percurso, desde a Torre Eiffel até ao estádio Charlety.
Estas medidas de segurança foram tomadas depois do percurso da chama ter ontem originado incidentes em Londres. Pelo menos 37 pessoas - em protesto contra a repressão chinesa no Tibete - foram detidas na capital britânica em consequência dos distúrbios que se seguiram à passagem da olímpica pelas ruas da cidade.
Os Jogos Olímpicos decorrem em Pequim, de 8 a 24 de Agosto. A repressão das autoridades do país sobre manifestações no Tibete tem desencadeado críticas e pedidos de boicote aos jogos.