BPI apresentava perdas potenciais de 272 milhões de euros no final de Março
Estas menos-valias potenciais - de 111 milhões de euros no BCP mais 161 milhões de euros na carteira de obrigações -, aliadas às necessidades de financiar o crescimento do banco justificam o aumento de capital que o BPI, de até 350 milhões de euros, deverá estar concluído em Junho.
O banco liderado por Fernando Ulrich expõe estas questões num documento que vai apresentar a investidores institucionais, no âmbito da Conferência da Morgan Stanley - European Banks & Financials Conference, onde refere a "ausência de exposição aos activos do 'sub-prime'", a "situação de exposição ao risco sólida" e a "liquidez e funding confortáveis".
Relativamente à carteira de obrigações, o BPI adianta que tem mais de 2,4 mil milhões de euros em títulos de dívida, mas não vê "sinais de imparidades" nem "perdas efectivas com a sua carteira de obrigações", apesar dessas potenciais menos-valias.
Estas perdas potenciais, aliadas às necessidades de financiamento do crescimento, justificam o aumento de capital de 350 milhões de euros anunciado, recentemente, pelo banco, que irá adicionar 150 pontos base ao rácio de capital.
O aumento de capital deverá ser aprovado na Assembleia Geral de accionistas já marcada para 23 de Abril, com conclusão da operação prevista para Junho, e com ele o BPI fortalecerá os rácio de capital, ficando com um "core capital" superior a 5,5 por cento.
O BPI tem uma participação no capital do BCP de 7,84 por cento, dos quais 5,25 por cento detidos directamente e o restante pelo fundo de pensões do grupo.
O BCP é, por seu turno, um dos maiores accionistas do BPI, com uma participação de dez por cento, a seguir ao La Caixa, com 25 por cento e o banco Itaú, com 18 por cento. O outro accionista com posição qualificada é a Allianz, com nove por cento.