Rússia quer discutir na NATO fornecimento americano de armas ao Kosovo

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Moscovo pediu uma reunião de emergência do Conselho Rússia-NATO Petr Josek/Reuters

Moscovo solicitou uma reunião de emergência do conselho Rússia-NATO para discutir a autorização dada por Washington à venda de armas ao Kosovo. A iniciativa, que se adivinha polémica já foi condenada pelo Governo sérvio.

Num memorando divulgado ontem na página oficial da Casa Branca, o Presidente norte-americano, George W. Bush autoriza o fornecimento de armas às forças de segurança kosovares, considerando que tal medida “vai reforçar a segurança dos EUA e promover a paz mundial”.

Reagindo a esta decisão, o enviado especial de Moscovo junto da Aliança Atlântica revelou ter enviado ao secretário-geral da organização “uma proposta para a realização de uma reunião informal de emergência do Conselho Rússia-NATO para discutir” a questão.

Em declarações à agência Itar Tass, Dmitri Rogozin lamentou que Washington, ao mesmo tempo que “diz que armas ajudam a combater o terrorismo”, esteja a armar “antigos terroristas que estão agora no poder no Kosovo”. “Como podemos combater o terrorismo se fornecemos armas a antigos terroristas”, questionou.

Depois de ter liderado a campanha aérea da NATO que em 1999 pôs fim à repressão movida pelas tropas de Belgrado aos independentistas albaneses, os EUA foram um dos primeiros países a reconhecer a independência da antiga província sérvia, declarada unilateralmente no mês passado, apesar da oposição de Moscovo e Belgrado.

“Washington apressa-se a tomar a dianteira, violando todos os acordos internacionais, segundo os quais o Kosovo não tem direito a criar as suas próprias forças armadas, lamentou um dirigente do governo russo, citado pela Tass.

Também o primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, lamentou o “mau passo” que os EUA voltam a dar “depois do reconhecimento unilateral da independência do Kosovo”.

O primeiro-ministro demissionário teme que as novas armas distribuídas à polícia do Kosovo “possam representar um novo agravamento dos problemas causados” pela declaração de independência, não reconhecida pela minoria sérvia do território. Kostunica entende que “há já demasiadas armas no Kosovo” e que, “em vez de armas ainda mais os albaneses, os EUA deveriam respeitar o direito internacional e a Carta da ONU”.

Em contrapartida, o governo do Kosovo saudou a decisão de George W. Bush, considerando que “tudo o que chega ao Kosovo vindo dos EUA é bem-vindo”.

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