Crise do mercado subprime agravou-se no final de 2007

a A crise do mercado do crédito de alto risco norte-americano agravou-se no último trimestre de 2007, com um aumento recorde do número de pessoas que deixaram de pagar os empréstimos que contraíram para financiar a aquisição de casa.Ontem, a associação dos bancos que se especializaram no crédito hipotecário revelou que, no final do ano passado, a taxa de incumprimento atingiu o valor máximo em 23 anos. O número de clientes que deixaram de pagar representa 0,83 por cento do total, o que compara com um índice de 0,54 por cento um ano antes.
O problema do falhanço de pagamentos ganha nova dimensão apesar de a administração Bush ter feito aprovar um plano de apoio às
famílias endividadas e de as ter aconselhado a renegociar os prazos dos empréstimos. Mas a prática parece ser mais a dos proprietários, muitos deles com rendimentos baixos, abandonarem pura e simplesmente as casas e deixá-las nas mãos dos bancos.
Segundo a associação, há actualmente cerca de seis por cento de clientes com créditos hipotecários com atrasos de mais de 30 dias na liquidação das mensalidades.
O presidente da Reserva Federal norte-americana, Ben Bernanke, defendeu esta semana que o melhor caminho para os bancos saírem da
crise em que estão envolvidos seria optar pelo perdão de parte das dívidas dos clientes em incumprimento.

BCE mantém jurosNa Europa, onde a crise está também está a bater à porta de alguns bancos que realizaram aplicações de risco nos Estados Unidos, o banco central decidiu ontem manter as taxas de juro inalteradas nos quatro por cento.
No final da reunião do conselho de governadores, o presidente do BCE voltou a defender que a preocupação central em Frankfurt está centrada nos preços. "A nossa bússola só tem uma agulha e essa é a estabilidade dos preços", sustentou Trichet.
A posição do presidente do banco central europeu constitui mais uma machadada nas expectativas de alguns líderes políticos europeus, que gostariam de ter uma política monetária menos acomodatícia e mais potenciadora da recuperação económica. Mas, ao contrário do seu congénere norte-americano, Trichet não se afasta da linha de responsabilidades primárias da instituição.
"A nossa bússola só tem uma agulha e essa é a estabilidade dos preços", declarou Trichet depois
de manter os juros inalterados

Sugerir correcção