O arquitecto-relâmpago

Da marginal do Douro às Portas de Trípoli, na Líbia

O que têm em comum os projectos de reconversão da portuense Praça de Lisboa e das Portas de Trípoli, na Líbia? Uma assinatura. Mais concretamente, a assinatura de Pedro Balonas, o arquitecto de 41 anos que é o rosto daquela que, diz, talvez seja já a maior empresa de arquitectura do país, a Balonas Projectos. O segredo? Pedro Balonas explica: "Em Portugal, a arquitectura está muito relacionada com a aprendizagem das artes, mas eu interessei-me muito cedo pelos modelos anglo-saxónicos de produção de arquitectura enquanto prestação de serviços, nos quais o desenho é um valor acrescentado. Nesse sentido, apostei na concentração de know-how e na capacidade de trabalhar com base em códigos reconhecidos internacionalmente e no fornecimento de garantias de fiabilidade".
Segundo o arquitecto, esta aposta tornou a Balonas Projectos atractiva para as empresas portuguesas e para as multinacionais, motivo pelo qual, por exemplo, se tornou o parceiro nacional para o investimento que os ingleses da Squarestone estão a fazer na marginal de Gaia (antiga destilaria do álcool e no edifício onde funcionou o Hard Club). A empresa é ainda responsável, por exemplo, pelo projecto de um empreendimento de habitação que está a nascer junto ao Museu do Carro Eléctrico, no Porto, apresentou um estudo global de reconversão da Estrada da Circunvalação e está a desenvolver vários projectos em Angola, tendo vencido recentemente o concurso internacional de ideias para a transformação da marginal do Porto entre a Ponte de Maria Pia e a Rua de D. Pedro V.
Com uma marca cada vez mais visível na paisagem do Porto, Pedro Balonas não se esquece, quando olha para trás, do projecto com o qual, diz, desenvolveu os métodos de organização de trabalho que hoje lhe permitem fazer face a tantas encomendas: a estação ferroviária de Ermesinde, desenhada há 14 anos. "Foi um projecto muito artesanal, mas também muito formativo", recorda o arquitecto. J.M.

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