Persépolis

Começou por ser BD de culto, acabou candidata ao Óscar de melhor longa de animação; pense-se na Mafalda de Quino transposta para o Irão da revolução islâmica e igualmente corrosiva no seu olhar ao mesmo tempo lúcido e esquinado sobre as coisas e chega-se perto de "Persépolis"-filme, versão em animação estilizada a preto e branco de baixa fidelidade da autobiografia escondida com rabo de fora que era "Persépolis"-livro.

Claro que não ésó do Irão que Marjane Satrapi falavano livro, claro que não é só do Irãoque ela fala na reinvenção para ocinema com o amigo VincentParonnaud: é, sobretudo, a históriade uma miúda à procura de simesma que percebe que, tanto fazem Teerão, Viena ou Paris, com ousem revolução, guerra, conforto ouexílio, os dias felizes da infância jánão voltam mais e a estupidez (comodizia a avózinha) é uma constanteimutável. Porque é que "Persépolis"é tão maravilhoso?

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