Gordon Brown visita amanhã Bruxelas para melhorar a sua reputação europeia
Brown, que sucedeu em Junho a Tony Blair, será recebido pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, mas estará também com outros responsáveis do executivo, apesar da visita relâmpago.
Contrariamente ao que tem sido dito, o porta-voz do primeiro-ministro assegurou que este “sempre foi um europeu convicto”. No entanto, a sua renitência à visita a Bruxelas levou a que jornais como o “Financial Times” escrevessem que Blair “é mais um observador do que um actor no cenário europeu”.
Tendo em consideração que a nova chanceler alemã, Angela Merkel, e que o novo presidente francês, Nicolas Sarkozy, visitaram a Comissão logo a seguir a serem eleitos, o primeiro-ministro britânico rendeu-se às evidências.
A decisão de se deslocar a Bruxelas foi também acelerada pelas críticas que recebeu aquando da assinatura do Tratado de Lisboa, à qual compareceu atrasado, ficando de fora da tradicional foto de família. Na altura, a imprensa eurocéptica acusou-o de “traição”, enquanto os europeístas consideraram a sua “atitude hostil”.
No entanto, Gordon Brown mostrou a 14 de Janeiro uma atitude mais aberta para com a Europa, fazendo um apelo a uma “política global” e convidando Durão Barroso a estar presente numa mini-cimeira sobre a crise financeira, que decorreu em Londres.
Brown, que tem descido bastante nas sondagens, tem interesse, neste momento, em mostrar as contradições da oposição ao seu partido e em ratificar rapidamente o tratado reformador da União Europeia, depois da falhada Constituição, o que lhe poderá permitir uma melhor posição na cena europeia e evitar uma eventual candidatura de Tony Blair à presidência da Europa.