Santos Ferreira avança com aumento de capital, nova politica de dividendos e venda da operação nos EUA
Santos Ferreira deverá apresentar ao CGS medidas que visam garantir o cumprimento das metas fixadas no Plano Millennium 2010, desenhado pela gestão de Paulo Teixeira Pinto.
Para cumprir as recomendações do BdP, a nova administração, que tomou posse em Janeiro, deverá avançar com um aumento de capital da ordem dos mil milhões de euros, como já noticiou o "Diário Económico".
Esta operação deverá ser conjugada com a venda de activos, quer imobiliários (edifícios localizados em zonas centrais no Porto e em Lisboa), quer participações em instituições, nomeadamente financeiras. Na mira de Santos Ferreira estará a operação bancária nos EUA, e que foi criada para servir o mercado étnico (de emigração portuguesa) e apoiar as trocas comerciais (uma solução que surge em linha com decisões tomadas pela anterior gestão que vendeu o banco em França destinado a servir os portugueses radicados naquele país.
Esta iniciativa prende-se com o facto de já não se justificar estar em mercados étnicos, pois os luso-descendentes trabalham com bancos locais e não procuram instituições portuguesas, como acontecia com os emigrantes de primeira geração.
Tudo indica que, para já não será proposta a venda do banco na Grécia, o NovaBank, que é controlado pelo BCP, negócio avaliado em 800 milhões de euros. Do mesmo modo Santos Ferreira não deverá sugerir a alienação das operações na Turquia e em Moçambique, estando fora de causa a saída do grupo da Polónia, da Roménia e de Angola.
A carteira de acções do BPI, onde o BCP possui cerca de 10 por cento do capital, adquiridos no quadro da luta que se travou entre os dois bancos, poderá ser reduzida à medida que o mercado de capitais recupere.
Outra solução a apresentar aos accionistas, para repor os indicadores de capital, passa pela adopção de uma nova política de dividendos (redução de dividendos) e pela aplicação de medidas que visam o controlo dos custos.
Em simultâneo Santos Ferreira deverá equacionar a emissão de empréstimos, de modo a assegurar as suas necessidades de financiamento. Tudo indica que os lucros do BCP em 2007 possam ser inferiores aos de 2006, quando alcançou resultados líquidos de 780 milhões de euros. Os analistas estimam uma queda dos lucros em 2007 da ordem dos 30 por cento, o que atirará os resultados líquidos para 560 milhões de euros.