Jornais dinamarqueses republicam caricatura de Maomé

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Caricatura feita por Kurt Westergaar, na origem da polémica DR

Cerca de dois anos e meio depois da publicação das polémicas 12 caricaturas do profeta Maomé, os jornais dinamarqueses insistiram e republicaram uma das imagens como forma de protesto contra a tentativa de assassinato de um dos cartoonistas e que levou ontem à detenção de três pessoas responsáveis pelo plano.

A republicação do cartoon que mostra Maomé com uma bomba na cabeça, no lugar do tradicional turbante, provocou uma vez mais críticas por parte dos muçulmanos. Contudo, esta foi a forma que os jornais encontraram de se manifestar contra o acontecimento de ontem.

Um cidadão dinamarquês, de descendência marroquina, e dois tunisinos foram ontem detidos por planearem assinar Kurt Westergaar, o cartoonista de 73 anos do jornal “Jyllands-Posten”, o primeiro a publicar os desenhos em Setembro de 2005.

Por isso, cinco grandes jornais diários, outros dez mais pequenos, e um diário sueco decidiram imprimir outra vez o polémico desenho, considerado ofensivo e desrespeitador do fundador Maomé.

“Acreditamos que isto é uma loucura e que não ajuda a construir as pontes que precisamos”, afirmou Mostafa Chandid, um dos líderes muçulmanos na Dinamarca. Chandid condenou toda a violência mas assumiu ser difícil absorver o ódio que os mais novos da comunidade sentem em relação a estes incidentes.

“Tudo isto fará com que os mais novos se sintam ainda mais isolados porque a impressão do cartoon é um insulto à nossa capacidade intelectual. Não somos contra a liberdade de expressão, mas opomo-nos às continuadas discriminações de que a minoritária comunidade muçulmana dinamarquesa é alvo”, sublinhou.

Por outro lado, os jornais dinamarqueses consideraram o plano de assassinato um ataque à cultura democrática dinamarquesa, que “aposta na liberdade de expressão sem qualquer repressão demagógica apoiada no terror”, pode-se ler num editorial de um jornal conotado com a esquerda.

Três embaixadas dinamarquesas foram atacadas e pelo menos 50 pessoas morreram em 2006 no Médio Oriente, África e Ásia depois da primeira publicação.

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