Imigração: Cidadãos africanos que alcançaram Portugal partiram de Marrocos e foram deixados à deriva pelo dono do barco
Os 23 cidadãos de origem africana que foram detectados segunda-feira junto à Ilha da Culatra partiram de Kenetra, a 40 quilómetros de Rabat, Marrocos, e terão viajado durante cerca de quatro dias até alcançar o Algarve numa pequena embarcação a motor.
De acordo com fonte hospitalar, o estado de saúde das três pessoas que permanecem internadas e que estão a fazer tratamentos para combater a desidratação "não é preocupante" e a alta está prevista para quarta-feira.
Segundo o tradutor, no início, a viagem estava a ser negociada com 30 pessoas, mas algumas tiveram que ser excluídas devido às pequenas dimensões da embarcação, sendo que cada imigrante pagou entre 300 a 1000 euros para fazer a travessia.
Ao segundo dia de navegação, esgotaram-se os mantimentos e o dono da embarcação pediu apoio por telefone e duas lanchas tripuladas por seis pessoas foram ao encontro do barco para os abastecer de água, combustível e alimentos.
Segundo disse o tradutor que está a colaborar com o SEF neste processo, Mohamed Moctar, os imigrantes alegam que as lanchas que prestaram apoio à embarcação estavam carregadas com droga.
Quando o barco com os imigrantes se aproximou da costa algarvia, o dono fez novo telefonema e foi levado por uma lancha, deixando os imigrantes no mar.