Cimeira Ibero-americana: rei de Espanha manda calar Hugo Chávez

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O rei espanhol terá chegado a equacionar abandonar mais cedo a cimeira Victor Ruiz Caballero/Reuters

O rei Juan Carlos de Espanha mandou hoje calar o Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que voltou a chamar "fascista" ao ex-primeiro-ministro José Maria Aznar.

"Porque não te calas?", lançou o monarca espanhol, dirigindo-se a Chávez, na última sessão plenária da XVII Cimeira Ibero-Americana que decorre em Santiago do Chile.

Depois de ontem ter chamado "fascista de todo o tamanho" a Aznar, o Presidente da Venezuela voltou hoje a repetir a acusação perante o rei Juan Carlos e o primeiro-ministro espanhol, José Luís Zapatero. Chávez revelou mesmo pormenores de uma conversa privada que manteve com Aznar em 1999 e voltou a acusar o ex-primeiro-ministro espanhol de ter apoiado, em 2002, as tentativas da oposição venezuelana para o derrubar, revela a edição online do diário "El Mundo".

Mas, ao contrário de ontem, Zapatero fez hoje questão de responder a Chávez, pedindo-lhe "respeito" em relação ao dirigente democraticamente eleito que não se encontrava presente.

No entanto, enquanto o primeiro-ministro espanhol falava, o Presidente venezuelano continuava também a argumentar, embora com o microfone fechado, levando o monarca espanhol a mandá-lo calar. As palavras de Juan Carlos foram bem audíveis para os jornalistas que acompanham os trabalhos no exterior da sala, graças ao microfone que se encontrava ligado para a intervenção de Zapatero.

Na resposta, Chávez sublinhou que a Venezuela responderá "a qualquer agressão no momento que quiser".

Ao retomar a palavra, o primeiro-ministro espanhol sugeriu a introdução de um código de conduta, que proibisse o uso de certas expressões, relata a TSF, mas Chávez retorquiu que "as verdades não devem doer" a quem as ouve.

Já depois desta altercação, o Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acusou Portugal e Espanha de representarem o "grupo do Norte" nas negociações face aos mais países mais desfavorecidos do Sul e de defenderem o interesses europeus e, por arrastamento, o interesses dos EUA na região.

Nesta altura, escreve o jornal "El Mundo", o rei de Espanha saiu da sala, gerando rumores que poderia abandonar mais cedo a cimeira, mas essa saída não se confirmou.

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