Linha para prevenir suicídios na GNR recebeu 15 pedidos de auxílio no primeiro mês

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Este ano já se registaram cinco suicídios na GNR Fernando Veludo/PÚBLICO (arquivo)

O serviço telefónico gratuito para prevenir suicídios na Guarda Nacional Republicana (GNR) recebeu 15 pedidos de auxílio no primeiro mês de funcionamento.

A linha telefónica gratuita foi criada especificamente para apoiar o efectivo da GNR, que conta com pouco mais de 25 mil efectivos e onde este ano já se registaram cinco suicídios.

Dos pedidos de auxílio recebidos, seis foram encaminhados para o centro clínico da GNR, onde foi feito o rastreio e determinado o acompanhamento por psicólogo ou psiquiatra, afirmou hoje à Lusa o major Ilídio Canas, responsável por aquele serviço.

Um destes casos apresentava um quadro clínico de alguma gravidade, o que levou ao internamento do militar doente, disse também Ilídio Canas.

Aos restantes nove foram marcadas consultas ou foram encaminhados para os serviços sociais da GNR, sendo que eram casos considerados menos problemáticos e de resolução mais fácil, referiu o oficial.

Num folheto distribuído na altura pelos quartéis e postos a anunciar a criação daquele serviço permanente, assinado pelo comandante-geral da GNR, Mourato Nunes, é explicado que "a linha de apoio psicossocial da GNR destina-se a ajudar os militares e civis da Guarda a ultrapassar situações profissionais ou pessoais difíceis". O número gratuito é o 800962000.

O gabinete de apoio, que acumula este novo trabalho com os que já vinha desenvolvendo na GNR, é constituído por seis psicólogos, entre militares e civis, e uma socióloga com especialização em trauma e resolução de situações críticas e difíceis.

Neste primeiro mês do serviço, iniciado a 8 de Outubro, a equipa recebeu igualmente chamadas de guardas a alertarem para casos de colegas que "não estavam bem", mas nenhum deles evoluiu, tratando-se apenas de pessoas que atravessam momentos de tristeza ou apatias aparentemente pontuais.

O caso do elemento da GNR que tentou o suicídio ontem no Algarve não tinha sido identificado anteriormente como caso de risco e a equipa psicossocial só conheceu a situação quando o militar já estava a ser transportado para o hospital, afirmou o major Ilídio Canas.

Embora não tenham sido contadas, a "linha verde" recebeu, até agora, mais chamadas falsas do que pedidos reais de auxílio. Esses telefonemas são maioritariamente enganos na marcação do número, adiantou ainda Ilídio Canas.

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