Morreu Paul Tibbets, o piloto que deixou cair a bomba atómica americana sobre a cidade de Hiroxima

a Paul Tibbets nunca se arrependeu do que fez na manhã do dia 6 de Agosto de 1945, quando sobrevoou a cidade de Hiroxima, no Japão, pilotando o bombardeiro B-29, que tinha baptizado com o nome da sua mãe: Enola Gay. Nessa missão, deitou sobre a cidade nipónica a bomba atómica desenvolvida nos Estados Unidos, a primeira vez que o mundo testemunhou a força destruidora libertada pela divisão do átomo. Tibbets morreu ontem, aos 92 anos, na sua casa em Columbus, Ohio, provavelmente de ataque cardíaco. Foi o jornal Columbus Dispatch que deu a notícia, na sua edição on-line, relata a Reuters. Tibbets, que sofria de insuficiência cardíaca e tinha já tido vários acidentes vasculares cerebrais chegou a brigadeiro-general antes de deixar a força aérea, em 1966. E depois foi presidente da empresa Executive Jet Aviation, uma empresa de táxis aéreos, relata o Dispatch.Quando partiu para cumprir a missão que marcou a história - e apressou o fim da guerra, levando à rendição incondicional do Japão, que suportou ainda outra bomba atómica, três dias depois, na cidade de Nagasáqui - Tibbets tinha 30 anos e era já tenente-coronel. O primeiro ensaio de uma bomba nuclear tinha-se realizado um mês antes, nos EUA, e o seu poder destruidor espantou até Robert Oppenheimer, o líder científico do projecto Manhattan.
"Se Dante [o autor da obra O Inferno] estivesse connosco, tinha-se assustado", contou. "A cidade que, minutos antes, se via tão bem, iluminada pelo Sol, tornou-se uma nódoa feia. Desapareceu completamente sob um manto de fumo e de fogo."
A bomba atómica de Hiroxima matou instantaneamente 78.000 pessoas. Mas, no fim desse ano, o número de vítimas da bomba tinha já chegado a 140.000 - numa cidade de 350.000 habitantes. O Japão rendeu-se a 15 de Agosto de 1945, pondo um ponto final na II Guerra Mundial, que tinha já terminado na Europa.

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