Fadista Raquel Tavares recebe Prémio Revelação da Casa da Imprensa

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Os prémios da Casa da Imprensa distinguem anualmente nomes do fado Miguel Madeira/PÚBLICO (Arquivo)

Raquel Tavares soube da distinção numa semana atribulada, entre uma viagem a Paris e um outro prémio, o de "Melhor Nova Voz do Fado", atribuído pela Rádio Central de Leiria. A fadista que em Maio de 2006 editou o primeiro album, vê agora o seu valor reconhecido nos mais prestigiados prémios para o Fado, atribuidos anualmente pela Casa da Imprensa. O prémio Revelação vai ser entregue na Grande Noite do Fado, no Teatro S. Luiz em Lisboa, no dia 20 de Outubro.

Há dez anos, Raquel com 12 anos subia timidamente ao palco da Grande Noite do Fado para levar para casa o troféu do concurso para juvenis. Depois deste primeiro prémio estava lançado o percurso dedicado ao fado. Actuou no estrangeiro e em mediáticas noites fadistas lisboetas. Só em Maio de 2006 editou o primeiro álbum, sendo também distinguida com o prémio Melhor Revelação Feminina da fundação Amália Rodrigues.

"Há aqui uma série de factores que me fazem recordar as vivências na Casa da Imprensa. Dez anos depois de receber aquele primeiro prémio, isto tem uma certa piada. É um orgulho, sinto-me lisongeada", disse Raquel Tavares ao PUBLICO.PT.

"Os prémios deixam-me surpreendida. Não se grava um disco a pensar neles. Tendo a ver as coisas tranquilamente, tento manter-me com os pezinhos bem assentes na terra. Antes de ganhar um prémio quero ser reconhecida pelo meu trabalho", acrecentou a fadista que adianta estar a preparar um segundo álbum mais maduro, para sair, "se tudo correr bem", em Fevereiro do próximo ano.

Prémios da Grande Noite do Fado

No próximo dia 20 de Outubro serão também distinguidos os guitarristas Ângelo Freire e António Parreira, a fadista Maria Valejo e, a título póstumo, o poeta David Mourão-Ferreira.

O guitarrista Ângelo Freire recebe o Prémio Francisco Carvalhinho, que distingue os novos talentos na área instrumental. António Pereira, que toca há cerca de 40 anos, e a fadista Maria Valejo, que se iniciou no fado na década de 1960, são os homenageados com o Prémio Carreira.

O Prémio Casa de Fados distingue o restaurante típico Marquês da Sé, no bairro de Alfama, que ocupa um espaço construído no século XVIII.

O Troféu Neves de Sousa, que distingue anualmente uma personalidade ou instituição com reconhecido interesse na divulgação e investigação do fado, foi atribuído a David Mourão-Ferreira. O poeta iniciou a relação com o fado com "Primavera", a primeira letra que escreveu para a Amália Rodrigues, com a qual viria a colaborar mais vezes.

Falecido em 1996, David Mourão-Ferreira foi poeta, ensaísta, ficcionista, jornalista, professor universitário e tradutor, escreveu apenas um romance, "Um amor feliz", pelo qual recebeu vários prémios, entre eles, o Grande Prémio de Romance e Novela 1986. No dia 20, sobe ao palco para receber o prémio o seu filho David Ferreira.

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