Peças únicas que são feitas propositadamente para os visitantes do Berço Vidreiro

a Mãos habilidosas, dois fornos e várias ferramentas dão conta do recado. No coração do Parque de La Salette, em Oliveira de Azeméis, mora a Casa das Heras, a habitação que propositadamente foi recuperada para acolher o Berço Vidreiro. Uma oficina que mostra ao vivo como nascem peças de vidro pelas mãos de quem passou anos e anos com os olhos postos na arte do Centro Vidreiro do Norte de Portugal. Até final de Setembro, de quarta-feira a domingo, das 9h00 às 12h30 e entre as 14h00 e as 18h00, há outra maneira de ocupar os tempos livres. É possível assistir ao processo de nascimento de frágeis utensílios sem pagar entrada. Desde o desenho da peça à produção artesanal e à comercialização dos objectos. E ao gosto do freguês.
Os visitantes têm oportunidade de escolher um objecto que queiram levar para casa ou oferecer e ver como tudo se desenrola. "As pessoas podem visitar o espaço e escolher a peça que querem ver fazer, podem acompanhar o início do processo de produção e assistir ao fabrico", revela o presidente da Fundação La Salette, Hermínio Loureiro. "E todas são peças únicas, não há uma igual à outra". Canecas, pisa-papéis, cinzeiros, fruteiras, copos, garrafas são alguns dos objectos incluídos no "menu". Além disso, os funcionários do Berço Vidreiro fazem cópias em vidro dos patos que habitam no lago do Parque de La Salette. "É mais uma oferta que os visitantes têm para levarem uma recordação de Oliveira de Azeméis".
"Dar vida ao vidro." Esta é máxima que, segundo Hermínio Loureiro, deu o mote à oficina que está já de portas abertas. De Outubro a Maio, a oficina funciona de segunda a sexta-feira no mesmo horário de Verão. No início do próximo ano lectivo, a Fundação La Salette apresenta aos estabelecimentos de ensino da região um projecto educativo que passa por agendar visitas ao Berço Vidreiro. "Para que as crianças possam ver como se produz o vidro, como se faz." A campanha de sensibilização para as visitas programadas não ficará confinada a Oliveira de Azeméis e municípios vizinhos. O objectivo é alargar o campo de acção para que escolas de todo o país possam ver como o vidro nasce de um sopro, entre canas manuseadas por especialistas da arte.
Hermínio Loureiro recorda o passado para acrescentar razões ao nascimento do Berço Vidreiro. "Atendendo à história de Oliveira de Azeméis, havia um problema que estava mal resolvido. O encerramento do Centro Vidreiro foi doloroso, daí a ideia de "recuperar uma tradição que parecia perdida." O projecto surgiu pelas mãos da Fundação La Salette, da Câmara de Oliveira de Azeméis e de um parceiro privado, num investimento de cerca de 50 mil euros.

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