A quarta maior ponte basculante do mundo

Obra custou 14 milhões de euros e vai melhorar as condições de navegação no Porto de Leixões e a circulação automóvel e de peões entre as duas metades da cidade de Matosinhos

a A obra sofreu alguns atrasos, mas foi, ainda assim, executada em tempo recorde, sobretudo tendo em conta os prazos habitualmente praticados em Portugal: em sete meses foi possível desmantelar a velha ponte móvel deLeixões, inaugurada há 47 anos, e
construir no seu lugar a quarta maior ponte basculante do mundo, que esta manhã, pelas 10h30, será formalmente inaugurada pela secretária de Estados dos Transportes, Ana Paula Vitorino.
A nova travessia entre as duas me-
tades da cidade de Matosinhos, separadas pelo Porto de Leixões, deverá abrir ao trânsito automóvel ao início da tarde e representa um investimento de 14 milhões de euros (o custo inicialmente anunciado era de 12,9 milhões). Os principais benefícios da
obra deverão poder ser notados qua-
se imediatamente, seja ao nível da operacionalidade portuária, da cir-
culação rodoviária e do conforto pa-
ra os peões, que passam a atravessar o rio Leça por um corredor protegido das intempéries e ao qual se pode aceder através dos elevadores montados nos pilares da estrutura de betão sobre a qual assentaram o tabuleiro e o mecanismo hidráulico de abertura e fecho.
A circulação automóvel beneficiará, desde logo, do facto de a nova ponte implicar uma menor frequência de abertura do tabuleiro: o calado aéreo da nova travessia é mais elevado, o que permitirá a passagem de um maior número de navios sem necessidade de o abrir. Por outro lado, a leveza da estrutura e o inovador sistema hidráulico ali instalado tornam mais rápida a sua abertura e fecho, diminuindo o tempo de interrupção da circulação automóvel aquando da entrada dos navios.
Com um vão de 92 metros de comprimento, a nova ponte permite o alargamento do canal navegável do Porto de Leixões, de 59 para 77,5 metros, aumentando significativamente a capacidade desta estrutura portuária e tornando possível a entrada de navios de maiores dimensões. Esta obra, tal como a empreitada de estabelecimento da bacia de rotação e do aprofundamento do canal de acesso à doca n.º 4 - cuja conclusão está prevista para o final deste ano -, integra o projecto de melhoria das acessibilidades marítimas previsto no Plano Estratégico de Desenvolvi-
mento do Porto de Leixões, o que permitirá aumentar significativamen-
te a capacidade de resposta e competitividade desta infra-estrutura, uma vez que proporcionará o acesso a navios de maiores dimensões, como é o caso dos chamados "panamax", viabilizando o acesso de 75 por cento da frota mercante mundial à área de carga contentorizada.
Durante a construção da nova ponte, a circulação automóvel entre Leça da Palmeira e Matosinhos foi desviada para o viaduto da A28, tendo a travessia de peões sido assegurada por um serviço regular de autocarros que utilizavam os caminhos interiores do porto. Comparticipada a 45 por cento pelo Programa Operacional de Acessibilidades e Transportes, a obra incluirá ainda trabalhos de requalificação urbana das áreas circundantes da cidade de Matosinhos, cujo desenho, da autoria do arquitecto Bernardo Távora, foi coordenado com a autarquia. Esta intervenção deverá ficar concluída ainda este ano.

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