Plataforma denuncia informação insuficiente sobre área cultivada com transgénicos

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Em causa está a listagem dos campos cultivados este ano com milho transgénico Adriano Miranda/PÚBLICO (arquivo)

A Plataforma Transgénicos Fora disse hoje que a informação divulgada pelo Ministério da Agricultura sobre a área cultivada com milho transgénico em Portugal é insuficiente.

Em causa está a listagem dos campos cultivados este ano com milho transgénico, publicada no site do ministério.

Em comunicado, a plataforma lamenta que, "ao contrário do previsto na lei e do que tem acontecido em anos anteriores, o Ministério da Agricultura não divulga nem as localizações nem as áreas dos terrenos em causa".

A listagem apenas divulga o nome das propriedades, a variedade, a data provável de sementeira e as medidas de coexistência.

Além disso, a plataforma — que reúne onze entidades não governamentais de ambiente e agricultura — considera "tardia" a divulgação porque "impede medidas de protecção por parte de agricultores preocupados em evitar a contaminação dos seus terrenos e de apicultores interessados em manter o seu mel livre de pólen transgénico".

A plataforma lembra que deve haver registos detalhados para "a monitorização contínua do desempenho das plantas transgénicas", para detectar a tempo "qualquer impacto negativo no ambiente ou na saúde".

No entanto, acrescenta, "nem o Ministério do Ambiente, que é a autoridade competente nesta matéria em Portugal, possui os registos detalhados dos campos com culturas transgénicas".

"O Ministério da Agricultura dá assim provas de grande irresponsabilidade e imaturidade política: por manter o público afastado de informação que lhe pertence, por impedir os produtores de tomar medidas atempadas face aos riscos no seu entorno, e por bloquear o Ministério do Ambiente que se vê assim impedido de desenvolver a sua função de fiscalização", comentou Gualter Baptista, da Plataforma Transgénicos Fora.

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