Praia de Esmoriz perdeu bandeira azul devido a descargas industriais

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O autarca defende o avanço das obras de recolha e tratamento dos efluentes a montante Paulo Ricca/PÚBLICO (arquivo)

O rompimento do cordão de areia que separa a Barrinha de Esmoriz do mar e as descargas industriais a montante levaram a que a praia perdesse a Bandeira Azul e que, durante cinco dias estivesse interdita a banhos. Hoje, a autarquia diz que já foi reforçada a barreira.

O presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz, Alcides Alves, disse que o problema do rompimento da barreira está resolvido "até São Pedro virar costas".

Segundo Alcides Alves, foi feito o reforço de areia pelo Regimento de Engenharia de Espinho, a pedido da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

"Falta vontade política, dinheiro e medidas firmes sobre quem polui para resolver isto de vez. Assim, com vento, chuva ou marés vivas, voltámos a ter o problema, que se repete todos os anos", critica o autarca.

Um dique que foi feito com financiamento da União Europeia desapareceu e os escombros fazem agora "parte do problema" e, para Alcides Alves, "é um absurdo o dinheiro público que se gasta todos os anos".

"A Bandeira Azul já foi e é a indignação total com o que se está a passar", relatou o presidente da Junta de Freguesia, considerando que é imperativo que as obras de recolha e tratamento dos efluentes a montante, a cargo da SIMRIA, "avancem rapidamente para se partir para a despoluição e dragagem da Barrinha".

Alcides Alves recorda que José Sócrates, enquanto ministro do Ambiente do Governo de António Guterres, esteve em Esmoriz a apresentar o projecto para despoluir a Barrinha, lamentando que passados anos ainda esteja "tudo na mesma".

"Somos os vizinhos de baixo e apanhamos com a poluição dos outros. A Barrinha está assoreada e não consegue reter o aumento do caudal derivado das descargas industriais, pelo que rompe a separação com o mar, que está a uma cota mais baixa", explicou.

O extenso areal de Esmoriz é muito procurado por veraneantes e, quer a Junta quer a Câmara de Ovar, gastam "milhares de euros todos os anos" na qualificação da praia, provida de várias estruturas de apoio como ecopontos, sanitários para deficientes e limpeza semanal, num esforço que "vai por água abaixo" quando a Barrinha abre.

Apesar de a Barrinha já estar de novo isolada do mar, Alcides Alves critica ainda a falta de informação sobre a qualidade da água. "Estamos à espera do resultado das análises e ninguém nos diz nada. As pessoas ligam para a Junta a perguntar como está a água e temos de responder que ainda não temos informação".

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