Belle Toujours

Diz que "Belle Toujours" é uma espécie de sequela do "Belle de Jour" de Luis Buñuel, reencontrando as suas personagens 40 anos mais tarde para uma "perseguição" em câmara lenta paredes-meias com o burlesco que Michel Piccoli, o amigo libertino, faz a Bulle Ogier (substituindo Catherine Deneuve), a burguesa perversa arrependida.

Mas, apesar do intuito de homenagem e de um espírito de irrisão que vem à tona a espaços, "Belle Toujours" é apenas Oliveira, fiel ao seu cinema verbal e teatralmente académico, montando um divertissement levezinho mas inconsequente ao som de Dvorák, onde o amador e o sublime coabitamdesigualmente. E nem a presença imperial de Piccoli, saboreando com evidente deleite o papel do sábio e alcoólico libertino, afasta a sencação de rodar em seco.

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