Penas dos primeiros dinossauros eram afinal colagénio

Os vestígios de penas encontrados nos fósseis do Sinosauropteryx, considerado o primeiro "dinossauros-ave", são na verdade sinais de colagénio, uma proteína que dá rigidez à pele, lê-se num estudo publicado hoje na revista científica "Proceedings of the Royal Society B".

O colagénio é uma proteína fibrosa cujo papel é semelhante ao de uma armadura com diferentes constituições, consoante a sua localização no corpo, que intervém no processo de cicatrização.

A estrutura desta glicoproteína foi atribuída, de forma errada, às plumas primitivas, afirma a equipa de investigadores da Universidade KwaZulu-Natal, em Durban (África do Sul), liderada por Theagarten Lingham-Soliar.

O Sinosauropteryx, que viveu há 130 milhões de anos no nordeste da China, na região de Liaoning, foi descrito como um animal carnívoro com penas, da dimensão dos perus. Apesar da sua incapacidade para voar, era dotado de uma longa cauda, semelhante à das primeiras aves.

Agora, uma análise microscópica da cauda deste novo fóssil contradiz esta interpretação inicial.

A equipa de Lingham-Soliar, em parceria com o norte-americano Alan Fedducia, da Universidade da Carolina do Norte, e Xiaolin Wang, da Academia de Ciências de Pequim, acredita que as estruturas que supostamente correspondiam à cauda e às penas são, na verdade, uma espécie de escamas de colagénio, idênticas ao que se observa na pele dos tubarões ou dos répteis.

As fibras analisadas ao microscópio apresentam um aspecto perlado e podem ser provenientes da ressecação dos tecidos após a morte do animal.

As famosas plumas não seriam, por conseguinte, mais do que restos de uma camada de colagénio que davam a este pequeno dinossauro uma armadura protectora.

Sugerir correcção
Comentar