Gaia quer tornar-se numa "pequena Londres do Mediterrâneo"

Apresentado na capital britânica o projecto do hotel de cinco estrelas que vai nascer no espaço das caves Croft, no centro histórico da cidade

a "Gaia passou a existir para os principais fundos imobiliários da Europa." Ao fim de dois dias a apresentar, em Londres, o projecto de reabilitação do centro histórico gaiense a investidores imobiliários, gestores de fundos financeiros e representantes de bancos britânicos, o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, resumiu com esta frase o espírito da operação de promoção levada a cabo, ontem e anteontem, na capital inglesa. O master plan do centro histórico gaiense conseguiu suscitar a atenção dos investidores e o autarca acredita que a rede de contactos estabelecido abrirá caminho à captação de novos investimentos para a revitalização da área dominada pelas caves do vinho do Porto.Se, como sublinhava ontem o presidente da Agência Municipal de Investimento Amigaia, António Martins da Cruz, a iniciativa tocou representantes de vários biliões de euros, a operação londrina teve ainda a vantagem, segundo Marco António Costa, de apresentar como garantia alguns investimentos concretos já em curso, nomeadamente o projecto da britânica Fladgate Partnership para o espaço das caves Croft (ver caixa). Durante a sessão de apresentação na London School of Economics and Political Sciense, o vice-presidente da autarquia chegou mesmo a enunciar o objectivo de fazer de Gaia a "pequena Londres do Mediterrâneo".
"É a primeira vez que uma cidade portuguesa faz isto, apresentar um trabalho feito e as condições para investir", sublinhou Martins da Cruz. Nas várias sessões de promoção, Marco António Costa (que substitui Luís Filipe Menezes, devido a problemas familiares do presidente da autarquia) procurou evidenciar as potencialidades do concelho e as suas vantagens competitivas, apresentando Gaia como "o principal núcleo de progresso do Norte de Portugal", uma cidade "pujante e moderna" no centro da Área Metropolitana do Porto e de uma euro-região com seis milhões de habitantes.
Invocando a histórica ligação entre Portugal e Inglaterra e a tradição do investimento britânico no negócio do vinho do Porto sediado na área de 150 hectares abrangida pelo master plan do centro histórico, o vice-presidente da autarquia sublinhou ainda as condições existentes para o investimento na área do lazer, do turismo e do desporto. Paralelamente, foram também referidas as oportunidades de negócio abertas pelos novos parques empresariais que a autarquia pretende construir e na área ribeirinha abrangida pelo programa Polis.
"Se calhar, estas pessoas já tinham ouvido falar do vinho do Porto, mas não conheciam Gaia como oportunidade de investimento. A partir daqui, ficam abertos canais para fazer chegar a informação aos investidores", disse Marco António Costa no final da sessão de apresentação aos representantes dos principais fundos imobiliários da City londrina. Entre os presentes estavam, por exemplo, o responsável pela parceria financeira que permitiu construir a Ponte de Vasco da Gama e o Estádio da Luz, em Lisboa, e especialistas no mercado da segunda habitação, ao qual Gaia dá especial atenção.
Robert Sloss, da imobiliária inglesa Squarestone, envolvida na parte residencial do projecto da Fladgate e em mais dois empreendimentos no Porto, considerou, aliás, que as duas cidades da foz do Douro reúnem boas condições para atrair clientes para projectos habitacionais de alta qualidade, não só entre a classe abastada portuguesa, mas também a nível internacional. "O centro histórico de Gaia é já hoje um caso de sucesso e por isso viemos à procura de mais investimento para a reabilitação desta área", sintetizou Marco António Costa.
O PÚBLICO viajou a convite da Câmara de Gaia

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