Líder da Frente Nacional ficou em prisão preventiva

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Mário Machado foi condenado em 1997 a uma pena de quatro anos e três meses de prisão por envolvimento na morte de Alcino Monteiro, no Bairro Alto Nuno Ferreira Santos/PÚBLICO (arquivo)

O líder da Frente Nacional, Mário Machado, suspeito de discriminação racial, ficou esta madrugada em prisão preventiva, depois de interrogado no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, disse aos jornalistas fonte policial.

Mário Machado foi o único dos dez elementos de extrema-direita, detidos quarta-feira pela Polícia Judiciária, suspeitos de discriminação racial, a ficar em prisão preventiva e vai aguardar julgamento na zona prisional de Lisboa junto à PJ.

Segurança de profissão, Mário Machado foi condenado em 1997 a uma pena de quatro anos e três meses de prisão por envolvimento na morte de Alcino Monteiro - assassinado em 1995, no Bairro Alto, que levou à condenação de 15 "skinheads".

Outros três elementos vão aguardar julgamento em prisão domiciliária e os restantes seis terão de cumprir a obrigatoriedade de apresentações periódicas na PSP.

Os dez elementos de extrema-direita entraram no TIC às 15h25 de ontem.

A carrinha celular que transportou Mário Machado para a zona prisional de Lisboa entrou nas instalações do TIC às 05h35, abandonando o edifício apenas cinco minutos depois, com alguns apoiantes do líder da Frente Nacional a gritar "Força Mário".

Cerca das 04h00, o advogado de Mário Machado, José Manuel Castro, recusou-se a adiantar quais são os indícios criminais de que o seu cliente é suspeito, limitando-se a dizer que são "os de conhecimento público".

A polícia esteve em permanência no local, tendo o dispositivo sido reforçado por volta das 02h20, com mais oito agentes do Serviço de Intervenção Rápida (SIR) da Polícia de Segurança Pública.

Chegaram a estar presentes no local duas dezenas de pessoas, num sinal de apoio aos detidos, número que se foi reduzindo até ao final da madrugada.

Entre 20 e 30 elementos de extrema-direita foram detidos quarta-feira pela PJ, alguns em flagrante delito na posse de armas, numa vasta operação que envolveu cerca de 60 buscas em várias zonas do país, havendo informações que indicam que a acção policial se estendeu desde o Sul do Tejo até Braga.

A operação de quarta-feira foi liderada pela Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) da Polícia Judiciária, sendo acompanhada por um procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.

As detenções ocorreram a três dias do encontro, em Lisboa, dos partidos europeus nacionalistas e organizações de extrema-direita, iniciativa organizada pelo Partido Nacional Renovador (PNR).

O PNR - que recentemente causou polémica por ter colocado um "outdoor" contra a imigração na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa - tinha anunciado a presença no encontro em Lisboa de representantes de pelo menos 13 organizações nacionalistas europeias no Dia da Juventude Nacional.

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