Torne-se perito

Cartaz do PNR Nacionalistas colocam novo outdoor no Marquês de Pombal

Arrancou ontem a semana dedicada à divulgação científica promovida pelo Ministério da Ciência, durante a qual serão lançados concursos internacionais para o recrutamento de mil novos investigadores doutorados para instituições portuguesas. Além do encontro de 25 laboratórios nacionais que hoje termina, durante os próximos dias Portugal vai assinar dois acordos de cooperação, um com a Universidade norte-americana de Harvard e outro com a Fraunhofer Gesellshaft, uma das principais redes de laboratórios de investigação aplicada na Europa. O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) acusou ontem o Governo de maltratar os trabalhadores públicos, recusando-lhes o direito à progressão nas carreiras e negando-se a ouvir e a negociar com os sindicatos. "Há dois anos que estamos a ser tratados como se a administração pública fosse uma quinta particular de alguém e não um património do país", reclamou o presidente do STAL, Francisco Brás, num plenário com de trabalhadores, em Lisboa. O STAL está a promover uma série de inciativas de protesto e convocou uma greve da administração pública para 30 de Maio.
A pianista Maria João Pires explicou ontem aos britânicos que deixou Portugal, no ano passado, porque estava a ser "crucificada" pela comunicação social. Numa entrevista ao jornal Daily Telegraph, Maria João Pires disse que decidiu ir viver no Brasil, porque em Portugal "era impossível sobreviver". A pianista criticou o Governo, por ter financiado o seu centro de artes de Belgais, Castelo Branco, mas depois tê-la julgado conforme as críticas de terceiros. Maria João Pires disse ainda que não era verdade que tinha um amante no Brasil. "Eu adoraria ter um amante brasileiro, mas não há nem um grão de verdade nisso."
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, admitiu ontem repensar o financiamento transferido para as autarquias no âmbito das actividades de enriquecimento curricular, apesar de salientar que a tutela não pode substituir as câmaras nas suas responsabilidades. "Este é um trabalho de articulação e colaboração. Há uma comparticipação e vamos ver se é suficiente ou não e se o ministério tem possibilidade de apoiar mais. Se isso for um problema, ele será resolvido, porque o programa não pode ficar preso por causa disso", afirmou a ministra.
O renovado Rádio Clube Português registou no primeiro trimestre do ano uma audiência média de três por cento, dois pontos abaixo da TSF. A Antena 1 obteve 7,2 por cento, ao passo que a liderança entre as rádios informativas se mantém com a Renascença, com uns expressivos 15,1 por cento, divulgou ontem a Marktest. A estação de rádio mais ouvida é a RFM (20,2 por cento) - do grupo RR, que agarrou, no total, 36,8 por cento da audiência radiofónica. O grupo RDP foi o que mais cresceu, fixando-se os seus 14,4 por cento de share como o melhor resultado dos últimos dez anos.
Um helicóptero militar Allouete 3, da Base Aérea de Beja, despenhou-se ontem, pelas 12h15, na freguesia de Selmes, concelho da Vidigueira. Os dois tripulantes que seguiam a bordo saíram ilesos. O major Paulo Gonçalves, do gabinete de relações públicas da Força Aérea Portuguesa (FAP), disse que a aeronave "teve um acidente perto do solo" sem que se registassem quaisquer danos na propriedade onde se despenhou ou noutras pessoas. O Alouette 3 é um modelo com 40 anos, mas sofre revisões periódicas completas. A FAP abriu um inquérito sobre o acidente.
A mensagem não difere, mas acrescenta-se uma "resposta" à destruição do cartaz. O Partido Nacional Renovador (PNR) colocou, ontem de manhã, um novo cartaz na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, insistindo nos ataques "às políticas de imigração", afirma José Pinto Coelho, presidente do partido. O outdoor, que utilizou a mesma estrutura do anterior, ostenta igualmente a fotografia de Pinto Coelho e a imagem de um avião. Nele pode ler-se: "As ideias não se apagam. Discutem-se. Basta de imigração. Façam boa viagem. Portugal precisa de nós." Refira-se que o primeiro cartaz foi pintado com tinta branca e completamente danificado, pelo que o PNR irá apresentar ao Ministério Público, na próxima semana, uma queixa-crime por danos contra desconhecidos. "A vandalização é a consequência da perseguição às nossas causas", notou o líder do PNR, que assegurou que o outdoor manter-se-á na praça até 2 de Maio. O PÚBLICO sabe, no entanto, que o PNR recebeu na passada quinta-feira uma notificação da Câmara Municipal de Lisboa exigindo a retirada, no prazo de dez dias, do cartaz danificado. A nota, divulgada ao PÚBLICO pelo gabinete do vereador do Espaço Público, António Proa, sustentava que a manutenção do outdoor afectava "a estética e o ambiente de paisagem urbana" e prejudicava "a beleza e o ambiente de toda a praça, em especial da estátua do Marquês de Pombal". O PNR optou por colar um novo cartaz sobre aquele que já estava destruído, porque, como refere Pinto Coelho, o partido "diz alto aquilo que milhares de portugueses dizem em surdina". Anteontem, durante uma reunião, o executivo camarário condenou as mensagens do cartaz do PNR, aprovando por unanimidade uma moção proposta pelo presidente, Carmona Rodrigues.
"[A câmara] afirma a sua posição contra todas as manifestações que promovam a intolerância e a xenofobia e todas as outras formas de discriminação negativa", lia-se no documento. Maria José Oliveira

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