O Livro Negro

Verhoeven regressa à Holanda para uma crónica bastante dura e desencantada sobre o seu país durante a II Guerra Mundial. A "desromantização" da Resistência vai longe e chega a onde não se esperava que chegasse - ultrapassa a amoralidade e entra em cheio na imoralidade.

Verhoeven conserva o filme num regime de tensão permanente, o que lhe permite, juntamente com algumasboas ideias, atenuar a sensação, a espaços gritante, de que "Livro Negro" trabalha fundamentalmente numa "mise-en-scène" de telefilme sofisticado (assim como não evita algumas reviravoltas desonestasnem um final um bocado rebarbativo). Mas no percurso quase sado-masoquista da protagonista há uma força (sulfurosa, chamemoslhe) em acção: Carice van Houten é uma espécie de prima do Adrian Brody do "Pianista" de Polanski.

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