Encurralados

Para Ryan Gosling, que se agarra ao filme com a mesma força com que o filme se agarra a ele, e para Shareeka Epps, adolescente impassível, todos os encómicos serão poucos.

Mas "Encurralados" é um pouco mais do que um filme de actores, e seguramente bastante mais do que simples reiteração de uma linguagem e de um estilo "indie" - e não nos referimos apenas ao modo como evita as armadilhas do "filme de junkies" (nem sentindo, sequer, a necessidade de ser "feio"), mas sobretudo ao balanço, raro, entre sofreguidão e delicadeza, com que actores (Gosling, em especial) e filme se prestam mutuamente justiça.

Mais duas coisas em abono de Fleck: as suas elipses, quase nunca óbvias; e a maneira como o filme vai delimitando um espaço cerrado - os interiores na casa de Gosling, claro, mas nos exteriores contem o número de vezes que a câmara se eleva do passeio para planos gerais.

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