Assoreamento do RIO Mondego aumenta risco de cheia

O vereador socialista da Câmara de Coimbra com o pelouro da Protecção Civil, Álvaro Seco, alertou ontem o executivo municipal para os riscos de cheias provocados pelo assoreamento do rio Mondego entre as pontes Rainha Santa Isabel e Açude, e avisou que, se por "desleixo e incúria" se verificar uma inundação na Baixa da cidade remeterá "para o Estado o pagamento de todos os prejuízos". Baseando o alerta em informações prestadas por um técnico da empresa municipal Águas de Coimbra responsável pelas questões hídricas, Álvaro Seco classificou como "muito grave" a actual situação. "O assoreamento atinge níveis elevados, em média de cerca de 70 centímetros acima da cota normal", afirmou, frisando que isso faz com que "o espraiamento das águas ocorra mais cedo e atinja cotas mais elevadas", o que, por sua vez, pode dar origem a inundações nas zonas da Arregaça, de Santa Clara e da Baixinha. Aquela situação é agravada, sublinhou, "porque os colectores que drenam para o rio, quando há chuvas torrenciais, ficam mais cedo a drenar sob pressão".
João Rebelo, o vereador social-democrata que representa a autarquia na Sociedade CoimbraPolis, e Carlos Encarnação, presidente da câmara, concordaram com o vereador socialista. Apesar de não ter sido votada qualquer proposta nesse sentido, os dois sociais-democratas sublinharam a necessidade de pedir, "mais uma vez", a intervenção do Ministério do Ambiente. "Se não houver uma intervenção urgente vamos ter situações de risco", reforçou João Rebelo lembrando que, quando aprovou as intervenções de reabilitação das margens do Mondego, no âmbito do programa Polis, "o Ministério do Ambiente assumiu a necessidade de uma intervenção global".
O presidente da câmara sublinhou que já alertou pessoalmente o secretário de Estado do Ambiente para a situação. "Desarmou-me com um argumento extraordinário: disse que só pode fazer alguma coisa quando o estudo para o desassoreamento de todos os rios do país estiver pronto!", ironizou, afirmando que, nessa altura, percebeu que "o problema nunca irá ser resolvido".
Carlos Encarnação considerou também insuficientes as "intervenções de pequena escala" prometidas pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro. "O problema é de grande escala, já percebemos isso por ocasião das últimas inundações na Baixa", frisou. G.B.R.

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