Aeroporto de Beja poderá atingir 1,8 milhões de passageiros em 2020

O turismo será a vocação de lançamento do aeroporto, onde deverão começar a aterrar muitos voos charter e low cost
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O turismo será a vocação de lançamento do aeroporto, onde deverão começar a aterrar muitos voos charter e low cost Miguel Madeira/PÚBLICO (arquivo)
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O aeroporto de Beja prevê atingir, entre partidas e chegadas, uma média de 178 mil passageiros em 2009, que poderão aumentar até 1,8 milhões em 2020, segundo as previsões da empresa responsável pelo projecto.

Em entrevista à Lusa, o presidente da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB), José Queirós, justificou as estimativas com a "existência de condições para um crescimento da procura turística".

O responsável apontou o aproveitamento civil das infra-estruturas da Base Aérea nº 11 (BA11) como a "principal razão" justificativa da construção da plataforma aeroportuária.

"Sem as infra-estruturas militares da BA11 perfeitamente operacionais e de boa qualidade, como é o caso da pista, seria difícil e injustificável construir um aeroporto de raiz em Beja", disse, acrescentando que "nenhuma infra-estrutura do género custa 33,1 milhões de euros".

Os empreendimentos turísticos de grande dimensão que se "avizinham" no Litoral Alentejano e na zona de Alqueva, que "vão transformar o Alentejo numa região de alto valor turístico", são outras das razões apontadas por José Queirós.

O turismo será, por isso, afirmou, a "vocação de lançamento" do aeroporto, que deverá assumir-se como complementar aos de Lisboa e Faro e apostar, graças à sua estrutura simples e custos operacionais reduzidos, nos voos de passageiros de companhias "charter" (voos ocasionais) e de "low cost" (voos regulares de baixo custo).

Com condições naturais "excelentes" e "difíceis" de encontrar nos aeroportos próximos de grandes cidades, o aeroporto de Beja, salientou José Queirós, "está também vocacionado para a carga aérea e pode tornar-se a mais importante plataforma logística aeroportuária do Sul do país".

"Mais do que um complemento, pode ser uma alternativa ao aeroporto de Faro, que praticamente não processa carga devido às limitações logísticas e de comprimento de pista", afirmou.

Por outro lado, defendeu, o aeroporto "deve explorar a sua proximidade com o porto de Sines para se transformar também numa importante plataforma de distribuição aérea de produtos destinados à Europa".

Neste capítulo, José Queirós referiu o projecto da Associação da Indústria e do Comércio dos Chineses em Portugal (AICCP), que quer criar, junto ao aeroporto, um parque empresarial dotado de condições necessárias para se transformar num interposto comercial para abastecimento e distribuição de produtos chineses destinados ao mercado europeu.

A AICCP pretende também instalar, no parque, um pólo industrial de produtos semi-acabados, ou seja, um conjunto de fábricas para montagem e acabamento de produtos de empresas oriundas da China e que se destinam à comercialização no mercado europeu.

De acordo com José Queirós, junto ao aeroporto de Beja poderá também "nascer" um "cluster" aeronáutico, através da instalação de empresas ligadas ao sector, como unidades de fabrico de módulos e componentes aeronáuticos ou de manutenção de aeronaves.

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