Pinto da Costa ouvido sobre alegada fuga para Espanha antes de busca à sua casa

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Inicialmente, a Lusa noticiou que a audição de hoje estaria relacionada com o caso de violação do segredo de justiça do Sportugal Rui Gaudêncio/PÚBLICO (arquivo)

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, foi hoje ouvido na Polícia Judiciária do Porto no âmbito da alegada fuga para Espanha pouco antes de agentes da PJ fazerem buscas à sua residência, garantiu à Lusa fonte policial.

De acordo com a mesma fonte, o processo Apito Dourado deu origem a três inquéritos paralelos envolvendo suspeitas de violação de segredo de justiça: a fuga de Pinto da Costa para Espanha, a divulgação da acusação de Gondomar e o caso Sportugal.

Inicialmente, a Lusa noticiou que a audição de hoje estaria relacionada com o caso de violação do segredo de justiça do jornal “on-line” Sportugal, citando uma fonte ligada ao processo, mas posteriormente apurou-se que se tratava do caso da alegada fuga para Espanha.

Os três casos estão ainda em curso, estando o Ministério Público a ouvir testemunhas, tal como sucedeu hoje com os dirigentes do FC Porto Pinto da Costa e Reinaldo Teles, que foram ouvidos na PJ do Porto sobre a informação que o presidente do FC Porto terá recebido, em Dezembro de 2004, de que iria ser detido e conduzido, ao Tribunal de Gondomar para prestar declarações.

Suspeitas de que fuga partiu da PJ

O caso é relatado em pormenor por Carolina Salgado, no livro “Eu, Carolina”, onde a ex-companheira de Pinto da Costa diz que o dirigente portista terá sido avisado de uma busca da PJ por Joaquim Pinheiro, irmão de Reinaldo Teles.

Tal fuga de informação terá permitido que, quer o presidente do FC Porto quer Reinaldo Teles, escapassem às buscas realizadas pela PJ às suas residências.

Na ocasião, Pinto da Costa e Carolina Salgado ausentaram-se para Espanha, onde permaneceram durante alguns dias, tendo o presidente portista regressado a Portugal e comparecido posteriormente em Tribunal, onde prestou declarações a 7 de Dezembro.

Os investigadores suspeitam de que a fuga de informação terá partido da própria PJ, tendo, hoje, interrogado os dois dirigentes sobre o assunto.

Ouvido durante três horas

Pinto da Costa foi ouvido, durante cerca de três horas, por uma equipa de elementos da PJ, na qualidade de testemunha.

À saída, o presidente dos “dragões” declarou: “Fui convocado na semana passada, vim porque me chamaram. Estive como testemunha porque foi chamado cá”.

Em curso, está outro inquérito, envolvendo jornalistas que publicaram a acusação do processo Apito Dourado de Gondomar, bem como parte das escutas telefónicas com conversas entre Valentim Loureiro e José Luís Oliveira e entre este e Pinto de Sousa.

Os vários jornalistas têm vindo a ser chamados para prestar declarações como testemunhas.

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