Médio Oriente: suspenso diálogo entre Hamas e a Fatah

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A Fatah respondeu que não negoceia com assassinos Nasser Ishtayeh/AP

O movimento islamista Hamas anunciou esta noite que está “congelado o diálogo” com a Fatah sobre um governo de união nacional, depois de um agravamento da violência que, em 24 horas, fez doze mortos na Faixa de Gaza.

“O Hamas decidiu congelar o diálogo nacional com a Fatah para condenar os confrontos e os crimes cometidos contra os seus membros”, declarou o seu porta-voz, Ismail Radwane.

A Fatah não demorou muito a reagir. “Esta declaração não nos surpreende. O Hamas não quer um governo de união nacional. Não se pode ter um diálogo com assassinos”, disse Maher Maqdad, porta-voz da Fatah, em Gaza.

Desde ontem à noite, seis membros do Hamas, quatro da Fatah, um adolescente e uma criança de dois anos morreram nos confrontos na Faixa de Gaza. Mais de 30 pessoas ficaram feridas.

Estes confrontos acabam com uma relativa acalmia, que prevaleceu nas últimas duas semanas nos territórios palestinianos, paralisados por uma crise política e financeira.

A violência põe em causa a nova ronda de conversações, começada na terça-feira entre a Fatah e o Hamas, sobre a criação de um governo de união nacional, dois dias depois de um encontro em Damasco entre Mahmoud Abbas e o número um do Hamas, Khaled Mechaal.

A tensão subiu de tom entre os dois movimentos depois de Abbas ter anunciado, a 16 de Dezembro, eleições antecipadas. O Hamas falou em “golpe de Estado”. Os confrontos que se seguiram, entre meados de Dezembro e o início de Janeiro, fizeram 30 mortos.

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