Cavaco Silva "impressionado" com pólo tecnológico indiano

Para o Presidente, é importante apostar no conhecimento, inovação e educação e aproveitar as oportunidades que a globalização oferece
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Para o Presidente, é importante apostar no conhecimento, inovação e educação e aproveitar as oportunidades que a globalização oferece António Cotrim/Lusa
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O Presidente da República, de visita à Índia, deslocou-se hoje a Bangalore, considerado o pólo tecnológico nacional, também chamado de "Silicon Valley" indiano. No local, Cavaco Silva visitou três empresas: a Biocon, a Infosys e a Wipro, que tem um administrador português.

No final da visita à Infosys, Cavaco Silva disse que lhe fez bem a si, aos ministros da Economia e da Cultura e aos secretários de Estado e empresários irem "respirar o espírito de inovação" da cidade.

É em Bangalore que estão sedeadas centenas de empresas de tecnologia de ponta, nomeadamente os três complexos que a comitiva presidencial visitou: a Biocon, empresa de biotecnologia; a Wipro, uma empresa de tecnologias de informação que fornece vários serviços de consultoria em "outsourcing" e a Infosys, o gigante informático indiano.

Cavaco Silva ficou "espantado" como foi possível aos indianos, num curto espaço de tempo, "erguer empresas de projecção mundial" e partiu daí para o exemplo que deve ser para Portugal.

Para o Presidente, é importante apostar no "conhecimento, inovação e educação" e aproveitar as oportunidades que "a globalização oferece".

Sublinhou a importância de um programa, acertado com Governo, através do ministro da Economia, Manuel Pinho, que permitirá a 50 jovens licenciados em informática fazerem estágios em empresas de Bangalore, incluindo a Infosys.

O Presidente da República espera até que os jovens "respirem este ar para contactar com as atitudes que aqui se seguem em matéria de negócios" e que depois as levem como "valor acrescentado" no regresso a Portugal, com métodos e horários de trabalho diferentes.

Trabalha-se mais na Índia do que em Portugal

A "deixa" foi dada após um dos administradores da Wipro, o português António Murta, ter sugerido que na Índia se trabalhava mais do que em Portugal.

Na resposta, o Chefe do Estado considerou que "os portugueses são capazes de fazer muito e fazer bem" e que precisam de ser mobilizados.

"Temos que acreditar num novo ciclo. A globalização, estes contactos dos nossos jovens, dos nossos trabalhadores com outros países e empresas estrangeiras... Tudo isso há-de levar a uma mudança de atitude em Portugal", disse.

Foi com outro sorriso que Cavaco Silva comentou outra opinião do administrador português da Wipro: que deveriam mudar-se os feriados para as segundas e sextas-feiras.

Recordando os tempos em que foi primeiro-ministro, Cavaco Silva lembrou ter feito "uma tentativa" de transferir alguns feridos, mas que esse diploma foi vetado pelo então Presidente Mário Soares.

A partir do caso de êxito de entendimento da Wipro, Cavaco Silva defendeu que esse tipo de entendimento pode ser positivo para as empresas portuguesas servirem de "plataforma" para a entrada dos indianos no mercado europeu ou noutros, como o Brasil.

Na véspera do final da visita de Estado à Índia, o Presidente tem ainda hoje um encontro com o governador de Karnataka e termina o dia com um jantar oferecido pela Confederação da Indústria Indiana.

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