Doping: presidente do Comité Olímpico prevê pena dura para Nuno Assis

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Vicente Moura espera «que isto não se volte a repetir em Portugal» Inacio Rosa/Lusa

Para o líder do movimento olímpico luso, o caso Nuno Assis “é um exemplo claro” daquilo que não se deve fazer e que o acórdão do CJ é, “em termos desportivos, um disparate”. “O CJ confundiu duas coisas que são completamente distintas que conduziram a esta situação. (...) Há agora que aguardar pela pena a aplicar pelo TAD, que receio seja muito elevada até porque não tem outra solução. Tenho pena do atleta que acaba por ser prejudicado pela situação”, disse Vicente Moura à Rádio Renascença, citado pelo site do jornal "A Bola".

O presidente do COP elogiou a actuação do secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, neste caso, ao pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao homologar este documento, no qual se considera que o CJ da FPF cometeu um “vício de violação de lei” ao arquivar o processo e que terá de revogar o acórdão e reavaliar o caso, para evitar a suspensão do estatuto de utilidade pública desportiva (UPD).

Vicente Moura espera que não se chegue a este ponto, mas considera que o presidente da FPF, Gilberto Madaíl, está “manietado”, devido ao estatuto de autonomia do CJ. “Alguém vai perder a face nesta situação e, pior que isso, o atleta provavelmente vai ter uma pena bastante agravada. Espero que isto não se volte a repetir em Portugal”, vincou.

Também hoje, à mesma rádio, Madaíl respondeu argumentando que a decisão do CJ “não foi tomada de ânimo leve” e defendeu que as sanções não deviam passar pela FPF, mas sim pelo Conselho Nacional Antidopagem. Desvalorizando a hipótese de suspensão da UPD, Madaíl afirmou que a FPF é das federações mais cumpridoras da legislação antidopagem.

O Benfica entrou também na polémica, emitindo um comunicado no qual repudiou “as recentes declarações de altos responsáveis ligados ao fenómeno desportivo, reservando-se no direito de, após a decisão dos órgãos jurisdicionais, denunciar pessoas, instituições e comportamentos com os quais não pode pactuar”.

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