Karen Sousa Ferreira, sócia maioritária da livraria, garantiu que a Buchholz "para já, continua a funcionar e a realizar eventos culturais, mas existem ainda incertezas quanto ao futuro" devido à morte do director-geral.
A morte de José Leal Loureiro "foi uma surpresa terrível", comentou, deixando-a "abalada, assustada e confusa" relativamente ao futuro da Buchholz, fundada em 1943.
"Ele não tinha uma participação na sociedade mas, assim que eu me retirasse, pretendia adquirir a livraria e geri-la", referiu Karen Sousa Ferreira.
Há dois anos, a livraria, localizada na zona do Marquês de Pombal, passou por graves dificuldades financeiras, que levaram à criação de um movimento ao qual aderiram muitos leitores e personalidades para salvar este espaço de referência no universo livreiro.
Criada por Karl Buchholz — que deixou a Alemanha nos anos 40 depois de a sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos de Berlim na Segunda Guerra Mundial —, tornou-se nos anos 60 um espaço de tertúlia cultural e artística por onde passaram Noronha da Costa, Eduardo Nery e Malangatana, entre outros.
A actual proprietária disse que "a situação financeira não está ainda cem por cento resolvida, mas melhorou muito".
No entanto, com o falecimento do director-geral, Karen Sousa Ferreira vai passar agora a gerir as habituais actividades culturais que eram da responsabilidade de José Leal Loureiro.
"Ele deu uma nova energia à casa e trouxe consigo também um projecto de futuro. Agora terá de ser tudo reavaliado", acrescentou, comentando que terá de falar com o advogado da empresa para se inteirar mais aprofundadamente da situação da livraria.
A Buchholz funciona de segunda-feira a sábado, entre as 09h00 e as 21h0 0, e realiza regularmente eventos especiais de lançamentos de livros e sessões de leitura.
José Leal Loureiro, 60 anos, esteve também ligado à fundação de duas editoras — a Afrontamento e a Regra do Jogo.