Sanções contra o Irão suspensas nas últimas negociações

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Na próxima semana terão passado quatro meses desde o fim do prazo dado ao Irão para suspender o enriquecimento de urânio pela resolução 1698 do Conselho

A Rússia, que há semanas tenta atenuar as sanções, pediu o adiamento da votação. Para tentar conseguir que o texto fosse aprovado antes do Natal, os europeus tinham feito já na quarta-feira uma concessão a Moscovo, retirando do projecto de resolução uma proibição de viagem ao estrangeiro que deveria visar 12 cidadãos iranianos ligados às actividades do programa nuclear ou balístico - interdição transformada em limitação.

Abdulaziz al-Nasser explicou aos jornalistas em Nova Iorque que os seis países (China, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha) ainda se reuniriam informalmente ontem, antes da sessão plenária onde o texto deveria ter sido discutido. Um diplomata familiarizado com as negociações disse à AFP que a resolução pode mesmo ser votada hoje.

Os EUA ainda insistiam na votação ontem à tarde (noite em Lisboa), enquanto a Rússia sublinhava a necessidade de "dar muita atenção aos termos para assegurar que as actividades nucleares iranianas que não têm nada que ver com os riscos de proliferação possam prosseguir sem entraves".

Mais navios e aviões

Na próxima semana terão passado quatro meses desde o fim do prazo dado ao Irão para suspender o enriquecimento de urânio pela resolução 1698 do Conselho. Essas actividades, que Teerão defende terem apenas fins civis, seriam punidas com sanções, dizia a resolução.

As negociações prosseguem desde então para definir as punições, com Washington a defender as sanções mais duras. Para além de restrições de viagens, esperam-se o congelamento de activos financeiros de pessoas associados com o programa nuclear a uma proibição das trocas de tecnologia e materiais passíveis de serem usados nas actividades de enriquecimento ou reprocessamento de urânio.

Segundo o jornal The New York Times, os EUA vão enviar mais navios de guerra e aviões de combate para o Golfo Pérsico como forma de fazer crescer a pressão sobre os iranianos. O novo secretário da Defesa, Robert Gates, confirmou ontem o aumento da presença de forças navais, mas desmentiu que este reforço esteja relacionado com o nuclear iraniano. A ideia, de acordo com o chefe do Pentágono, é passar a mensagem "Estamos aqui há muito tempo e vamos estar aqui por muito tempo."

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