Ambientalistas britânicos contestam decorações de Natal
Apesar de ser uma tradição antiga, que remonta a 1959, as iluminações em Londres são também cada vez maiores e mais numerosas e implicam um gasto de energia que se crê ser superior ao de qualquer outra capital europeia.
As críticas dos ambientalistas centram-se no facto de a empresa responsável por montar as iluminações, que representa os comerciantes do centro da cidade, ter este ano optado por deixar as luzes a funcionar durante um período maior, entre 9 de Novembro e 6 de Janeiro.
Contrariando as críticas já apontadas em anos anteriores, a mesma companhia, a New West End, decidiu também deixar que as decorações ficassem acesas durante as 24 horas do dia, pelo menos em alguns dos locais mais movimentados da cidade.
Este ano, a contestação dos ambientalistas foi acolhida por um vereador da câmara de Londres, que abriu guerra à decisão dos comerciantes, chamando-lhes "irresponsáveis", e conseguiu que o caso fosse amplamente discutido na cidade.
Mike Tuffrey, o líder do partido Liberal Democrata em Londres, assumiu a causa, garantindo que a electricidade usada durante estes dias "implicará a libertação de 43 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera".
"Para anular o efeito que estas luzes provocam no meio ambiente, necessitamos da vida de 215 árvores durante 100 anos", disse o político.
A companhia New Est End, antes mesmo de as iluminações terem sido montadas, anunciou que as lâmpadas utilizadas nas decorações deste ano são 40 por cento mais económicas.
"A verdade é que as iluminações ocupam uma extensão cada vez maior e ficam ligadas cada vez mais tempo", contestou o político, que sugeriu que a empresa doe dinheiro a uma campanha de reflorestação para minimizar os efeitos da acção.
Tuffrey também disse que a única forma de estas empresas poderem continuar a montar sistemas eléctricos tão caros no futuro passa por recorrerem a outras formas de energia.
O alegado excesso de electricidade gasto nas decorações natalícias de Londres é há muito contestado pelos ambientalistas, mas o facto de estas decorações serem um ponto de atracção para os cerca de 40 milhões de turistas que visitam a cidade nesta altura do ano fez com que os protestos nunca tivessem consequência política.