"Está em curso um projecto de poder", afirmou Marques Mendes, acusando o Governo de José Sócrates de querer "controlar e acumular poder". Um controlo que, segundo Marques Mendes, tenta "limitar o exercício democrático, em particular das oposições", e atinge sectores como o aparelho do Estado, a economia, a justiça e a comunicação social.

"O Governo está a tentar controlar tudo e todos", reafirmou o líder social-democrata, numa intervenção no jantar de Natal do grupo parlamentar do partido.

Como exemplo do "autoritarismo" do executivo de maioria socialista, Marques Mendes apontou a desconvocação da audição do ex-presidente da ERSE no Parlamento e a intenção do PS de criar um procurador especial.

"A preocupação do Governo é acumular poder e controlar", sublinhou Marques Mendes, que durante o jantar esteve sentado em frente ao seu antecessor no cargo, Pedro Santana Lopes.

Antes do discurso de Marques Mendes, o líder da bancada parlamentar social-democrata, Luís Marques Guedes,deixara também críticas "à natureza centralista" do Governo e à "ausência de um rumo político" por parte do Executivo.

"Temos um primeiro-ministro que se acha dono do Estado, que convive mal com a crítica e que silencia vozes que primam pela independência", afirmou Marques Guedes.

Em jeito de balanço, Marques Guedes lembrou ainda "o inconformismo" com que o seu grupo parlamentar recebeu as novas leis das finanças locais e regionais, prometendo que os sociais-democratas não irão ceder.

"O PSD não cede por maiores e mais poderosos que sejam os adversários", assegurou o líder da bancada social-democrata.