Blair sugere aliança de moderados contra o Irão
“Temos de reconhecer a ameaça estratégia que o Governo do Irão representa – não o seu povo e possivelmente nem todos os seus dirigentes, mas aqueles que hoje exercem o poder”, afirmou Blair, num discurso proferido no Dubai, no final de um périplo pelo Médio Oriente.
Falando perante empresários da região, o primeiro-ministro britânico afirmou que o mundo precisa de despertar para a “batalha que se trava a nível mundial entre os que crêem na democracia e no modernismo e as forças reaccionárias e extremistas”.
Actualmente os iranianos “tentam impedir-nos de avançar no Líbano, no Iraque, na Palestina. A nossa resposta deverá ser a denúncia desta atitude, a construção de alianças para diminuir a sua influência na região”.
Antecipando as críticas de dirigentes regionais, críticos habituais das ingerências ocidentais, Blair afirmou que “a solução para os problemas do Médio Oriente deve nascer na região, mas o seu destino terá consequências, para o melhor e para o pior, em todo o mundo”.
Por isso, acrescentou, os países que “acreditam na tolerância, no respeito pelos outros, na liberdade” devem “mobilizar-se em torno de uma aliança de moderados para derrotar todos os extremistas”.
Há vários meses que o primeiro-ministro britânico defende a inclusão do regime iraniano, mas também dos seus aliados sírios – hostilizados pelos EUA – na definição de uma nova estratégia para o Iraque, reconhecendo que os dois países têm grande influência sobre a região.
Contudo, declarações recentes do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sobre Israel e a ameaça de retaliação em caso de sanções internacionais contra o programa nuclear de Teerão terão levado Blair a rever a sua posição, exigindo uma mudança de atitude como condição prévia ao diálogo.