Síria aceita dialogar com EUA mas recusa receber ordens
"É necessário que eles façam a distinção entre dialogar a dar instruções", afirmou Assad, no final de um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin. "Nós estamos a abertos ao diálogo, mas não recebemos instruções de ninguém", acrescentou.
As declarações do Presidente sírio surgem duas semanas após a divulgação do relatório da comissão Baker-Hamilton, que recomenda à Administração norte-americana a inclusão da Síria e do Irão nas negociações sobre o futuro do Iraque.
No entanto, o Presidente norte-americano, George W. Bush, continua relutante em rever a sua relação com os dois países, a quem acusa de fomentar a instabilidade na região e de apoiar grupos terroristas.
Bush afirma que só dialogará com a Síria se o país puser fim às ingerências na política interna libanesa e libertar os dissidentes políticos. Quanto ao Irão, Bush condiciona o reatamento das relações diplomáticas, suspensas desde 1979, à suspensão do programa nuclear do país.
Presente na conferência de imprensa, o Presidente russo, Vladimir Putin, destacou "o papel importante que a Síria jogou, joga e jogará" na política do Médio Oriente, numa altura em que os países ocidentais denunciam o envolvimento de Damasco nas movimentações para derrubar o Governo libanês.
Putin manifestou ainda a intenção da Rússia de desempenhar "um papel mais activo" na promoção da paz no Médio Oriente, lembrando as boas relações que mantém com a maioria dos intervenientes na região, ao contrário do que sucede com a maioria dos países ocidentais.