"Vamos trabalhar com base neste número", declarou Dimas numa conferência de imprensa a propósito de uma reunião dos ministros europeus do Ambiente, em Bruxelas.

Esta meta será fixada a 10 de Janeiro durante a apresentação de um plano de acção sobre energia e clima.

No âmbito do Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos devem reduzir as suas emissões em 5,2 por cento até 2008-2012, em relação a 1990. Para a União Europeia, a percentagem é de oito por cento.

A prioridade da União Europeia é envolver os países poluidores emergentes — China, Brasil e Índia — e os países que não ratificaram Quioto — Estados Unidos e Austrália — no combate às alterações climáticas através da redução das emissões.

Segundo um comunicado do Ministério do Ambiente, Portugal — que esteve presente na reunião ministerial com uma delegação — apoia a meta dos 30 por cento até 2020. "No entanto, Portugal considera que este esforço da União Europeia deve ser acompanhado por objectivos idênticos dos restantes países desenvolvidos e que os países em desenvolvimento devem avançar com acções individuais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa", acrescenta a nota.

Peter Mandelson, comissário europeu para o Comércio, disse hoje na reunião dos ministros em Bruxelas que não acredita na ideia apresentada em Novembro pela França de uma taxa de carbono, aplicada às importações dos países que não se comprometam com o Protocolo de Quioto.

A medida “seria um problema com as actuais regras da OMC [Organização Mundial do Comércio] e quase impossível de pôr em prática”, disse Mandelson.

O comissário defende que o combate contra as alterações climáticas “é uma responsabilidade colectiva e só pode ser encorajado por políticas de diálogo, de incentivos e de cooperação”.

No seu “briefing” diário, a Comissão disse que a posição de Mandelson é pessoal e que o conjunto dos comissários europeus vai debater esta questão a 10 de Janeiro.