Apito Dourado: Carolina Salgado presta declarações no Tribunal de Gondomar

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Carolina Salgado lançou um livro em que denuncia situações de alegada corrupção desportiva Paulo Pimenta/PÚBLICO (arquivo)

Carolina Salgado chegou acompanhada do seu advogado, José Dantas. A viatura em que viajavam parou junto à esquadra da PSP de Gondomar, a 500 metros daquele tribunal. O trajecto para o tribunal foi feito numa viatura da PSP.

A ex-companheira de Pinto da Costa publicou um livro intitulado "Eu, Carolina", no qual refere alegadas situações de corrupção desportiva, evasão fiscal, violação do segredo de justiça, agressões, perjúrio e fuga à justiça.

Entre outras acusações, Carolina Salgado garante que contratou duas pessoas, a mando de Pinto da Costa, para agredirem Ricardo Bexiga, actual deputado do PS e então vereador da Câmara de Gondomar, autor de denúncias relacionadas com a investigação do processo Apito Dourado.

Na quarta-feira passada, a rádio Antena 1 avançou que já foram instauradas seis queixas-crime contra Carolina Salgado, uma das quais pelo facto de a ex-companheira de Pinto da Costa ter pedido meio milhão de euros para se manter em silêncio. Os processos contra Carolina Salgado — relativos aos crimes de furto, extorsão e difamação — deram entrada, segundo aquela rádio, nos tribunais do Porto e de Gaia.

O advogado Lourenço Pinto — citado no livro de Carolina Salgado por alegadamente ter avisado Pinto da Costa das investigações da PJ e, com isso, ter permitido ao presidente do FC Porto evitar a detenção para prestar depoimentos — afirmou, no mesmo dia, "não pretender comentar as referências ao seu nome".

Lourenço Pinto, que falava em Marco de Canaveses à margem de um julgamento em que participava como defensor, anunciou que "iria tomar posição oportunamente, no local próprio, através da Ordem dos Advogados e dos tribunais".

De acordo com as informações veiculadas nos últimos dias, a colaboração de Carolina Salgado com a justiça pode ajudar a reabrir várias certidões entretanto arquivadas do processo Apito Dourado.

Este processo, que incluiu investigações a alegados casos de corrupção e tráfico de influências entre o futebol profissional português e as autarquias, foi investigado durante quase dois anos e teve despacho de acusação no dia 8 de Fevereiro deste ano.

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