Imigração: plano de integração aposta na educação e formação profissional
Ao todo, o plano incluiu 123 medidas nas áreas do trabalho, emprego e formação profissional, habitação, saúde, educação, solidariedade e segurança social, cultura e língua, justiça e desporto. A execução irá envolver 13 ministérios.
A educação é a área em destaque, com 15 iniciativas, entre elas a formação de docentes para a interculturalidade, a colaboração das associações de imigrantes na promoção do acesso à escola ou o reforço da informação sobre sistema educativo português para as famílias estrangeiras.
"A educação e a formação profissional para a igualdade de oportunidades são a aposta-chave de um plano que quer uma melhor integração dos imigrantes na sociedade portuguesa", afirmou ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, na apresentação do documento.
De acordo com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues — também presente na cerimónia —, 65 mil filhos de imigrantes frequentam actualmente os vários níveis do ensino oficial, mas as taxas de abandono e o insucesso escolar estão acima da média.
Além da educação, o Plano para a Integração dos Imigrantes — que deverá ser aprovado em Conselho de Ministro na segunda quinzena de Janeiro — dá igualmente prioridade às questões sociais e ao combate à discriminação.
"Este é um plano com mais direitos para os imigrantes, contra a sua discriminação e pela igualdade de oportunidades no mercado de emprego", afirmou Pedro Silva Pereira, sustentando que várias das medidas incluídas no documento vão ao encontro do desejo associações de imigrantes.
Mais e melhor acesso aos serviçosApresentado no Dia Internacional das Migrações, que se assinala hoje, o plano prevê medidas como a garantia de tradução nos processos judiciais, a criação de gabinetes de apoio à habitação, a sensibilização do sistema bancário para um melhor acesso ao crédito ou novas soluções de habitação social.
O incentivo à participação sindical dos imigrantes, uma campanha de sensibilização específica sobre segurança no trabalho para trabalhadores imigrantes, acções de formação sobre o Serviço Nacional de Saúde e a criação de centro de acolhimento para vítimas de tráfico são outras iniciativas prevista no plano.
O plano pretende ainda facilitar o acesso à saúde de cidadãos estrangeiros em situação irregular, liderar uma campanha de divulgação sobre direitos e deveres dos imigrantes enquanto consumidores e reforçar as inspecções sobre empresas que utilizem mão-de-obra imigrante.
Segundo Pedro Silva Pereira, as medidas previstas no plano não implicam financiamento extraordinário do Estado, já que "este plano está integrado nos planos de acção dos ministérios e isso já está orçamentado". O documento estará em discussão pública até 5 de Janeiro.