Luís Filipe Menezes: "Se as eleições no PSD fossem hoje, seria candidato"
"Se as eleições fossem hoje, com os dados actuais, seria candidato", garantiu Menezes, que em 2005 disputou a liderança do PSD com Marques Mendes, no congresso de Pombal.
Como as eleições vão ter lugar apenas em 2008, o presidente da Câmara de Gaia afirma que "é ainda muito cedo para dizer isso, visto a decisão depender do comportamento do partido e do Governo e mesmo da vontade [do próprio Menezes] em avançar".
O autarca, que tem vindo a reivindicar a realização de um conselho nacional do PSD para discutir o melhor tipo de oposição ao Governo e as alegadas ilegalidades e irregularidades que diz estarem a ocorrer no interior do partido, afirmou que a reunião deste órgão agendada para amanhã não é a que queria.
"Não andei a lutar por este conselho nacional mas por outros que não se realizaram, como quando o partido assinou o pacto para a Justiça, quando o PS aprovou a Lei de Finanças Locais ou quando o Governo teve a sua "semana horribilis", afirmou.
"Este conselho nacional é o ordinário, trimestral, burocrático. O calendário burocrático sobrepõe-se ao político", lamentou, garantindo, porém, que irá participar na reunião.
Menezes disse que pretende alertar amanhã o presidente do partido "para a necessidade de se preocupar menos com a cozinha, com o controlo administrativo do partido, as quotas e os jogos de bastidores feios, e mais em combater o PS".
O autarca frisou que "não serão três ou quatro golpes palacianos a inverter a situação".
"Acho até um pouco 'naif' a ideia de que é controlando meia dúzia de votos em Algés ou Santa Maria da Feira que as pessoas se vão perpetuar no país, pondo os mortos e os ressuscitados a votar", disse.
O social-democrata criticou também a estratégia política "passiva, de deixar andar" seguida por Marques Mendes, acusando-o de adoptar, de forma "racionalizada e consciente" a estratégia de não apresentar uma alternativa concreta ao Governo "porque isso pressupõe agradar a alguns mas desagradar a outros".