Polónio-210: familiares e amigos dos portugueses não correm riscos

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Apenas dois dos portugueses foram submetidos a análises a enviar para o Instituto Tecnológico e Nuclear para testes Nelson Garrido/PÚBLICO (arquivo)

Francisco George lembrou que os riscos de contaminação destes três portugueses são mínimos e que só dois deles necessitaram de fazer testes. Estas três pessoas não têm quaisquer laços entre si e estiveram, por motivos diferentes, hospedados entre Outubro e Novembro em hotéis na capital britânica que revelaram vestígios de polónio-210.

De acordo com Francisco George, as autoridades britânicas adiantaram ontem a Portugal os nomes dos portugueses que estiveram instalados nos hotéis.

Com o conhecimento da identificação das três pessoas em causa, o Ministério da Administração Interna procedeu à procura dos indivíduos, que foram entrevistados, para apurar o tipo de exposição a que estiveram submetidos, que "é diferente de pessoa para pessoa", sublinhou Francisco George.

O responsável indicou que os portugueses residem em regiões diferentes e aceitaram ser rastreados. Porém, apenas dois revelaram necessidade da realização do teste, que consiste na recolha de urina durante 24 horas e posterior avaliação.

Por esta razão, só no final das 24 horas é que as amostras seguirão para o Instituto Tecnológico e Nuclear, onde serão realizados os testes à presença de polónio. Francisco George adiantou que os resultados dos exames deverão estar prontos dentro de três a quatro dias.

Centenas de cidadãos estrangeiros foram contactados e informados

Um porta-voz das autoridades sanitárias britânicas disse ontem à Lusa que "centenas de cidadãos estrangeiros foram contactados e informados" sobre os riscos de contaminação por polónio-210, três dos quais portugueses.

A embaixada portuguesa em Londres foi contactada anteontem e, tal como as suas congéneres europeias, remeteu o assunto para o Governo central.

No processo constava toda a informação pessoal dos hóspedes em causa, que os hotéis tiveram de revelar às autoridades para facilitar o acesso aos seus clientes.

Além de detalhes sobre a substância radioactiva, os visados receberam instruções de como contactar o serviço de saúde britânico, por telefone ou correio electrónico, caso tenham dúvidas de que não possam resolver no seu país.

O polónio-210 é uma substância altamente radioactiva que terá sido utilizada para envenenar o antigo agente secreto russo Alexandre Litvinenko, que morreu a 23 de Novembro.

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