Dois portugueses submetidos a testes para detectar polónio-210
"Apesar de os riscos de contaminação serem reduzidos, os portugueses foram aconselhados e sujeitos a exames à urina que estarão prontos dentro de três dias", disse o responsável.
O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, disse ontem que três portugueses — que estiveram hospedados em Londres entre Outubro e Novembro — estão a ser submetidos a testes médicos, por precaução.
As autoridades do Reino Unido informaram Portugal de que os três cidadãos portugueses estiveram hospedados em hotéis na capital inglesa que revelaram vestígios de polónio-210, uma substância altamente radioactiva que terá causado a morte a um ex-espião russo em Londres.
O secretário de Estado das Comunidades adiantou também que os cidadãos em causa já foram contactados e que estão a ser acompanhados pela Direcção-Geral de Saúde para a realização de testes médicos.
Contactado hoje de manhã pela Lusa, o director-geral de Saúde disse que os três portugueses foram identificados pelas autoridades inglesas por terem frequentado hotéis de risco.
De acordo com Francisco George, o trabalho desenvolvido em articulação com as autoridades inglesas, no sentido de proteger a saúde de indivíduos eventualmente expostos a polónio-210, permitiu identificar e localizar os portugueses, que foram aconselhados a fazer exames de precaução.
"Eles não têm sintomas nenhuns. São apenas testes à urina para detecção eventual de elementos radioactivos", adiantou o responsável.
"Centenas de cidadãos estrangeiros foram contactados e informados"Um porta-voz das autoridades sanitárias britânicas disse ontem à Lusa que "centenas de cidadãos estrangeiros foram contactados e informados" sobre os riscos de contaminação por polónio-210, estando entre eles três portugueses .
A embaixada portuguesa em Londres foi contactada na segunda-feira e, tal como as suas congéneres europeias, remeteu o assunto para o Governo central.
No processo constava toda a informação pessoal dos hóspedes em causa, que os hotéis tiveram de revelar às autoridades para facilitar o acesso aos seus clientes.
Além de detalhes sobre a substância radioactiva, os visados receberam instruções de como contactar o serviço de saúde britânico, por telefone ou correio electrónico, caso tenham dúvidas de que não possam resolver no seu país.